segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

UM SENTIDO PARA COOPERAÇÃO


A despeito da elevada emissão de moeda, durante anos a baixa inflação americana foi decorrência da capacidade da China de exportar produtos mais baratos do que americanos conseguiam produzir. O trabalhador americano é mais eficiente que qualquer outro e não compensa utiliza-lo na função de outro mais barato. Exportar tecnologia traz mais benefício do que a exportação do próprio bem industrial. Bens tecnológicos – que são intangíveis – são poupadores de energia e transporte. Altas tecnologias requerem menos mão de obra. Mas, a difusão em larga escala dos objetos tecnológicos propriamente ditos, os computadores, celulares, Iphone, etc., requerem tal quantidade de mão de obra barata que os países industrializados não suportam tanto na quantidade quanto baixa qualificação requerida. Por isso o foco da fabricação dos objetos tecnológicos foi deslocado por iniciativa própria dos países asiáticos, especialmente a China. È interessante notar que o deslocamento do foco não se deu por iniciativa dos países industrializados. A cooperação foi iniciativa própria dos países asiáticos ao abrir deliberadamente seu território às empresas tal como se deu na década de 70 para o Brasil, com a transferência de fábricas inteiras, inclusive o processo de linha de montagem. – A alta do dólar foi o primeiro resultado do anúncio cauteloso da retirada gradativa do estímulo (“Tsunami de dólares”) pelo do presidente do FED, agora reforçado. O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA combinado com a eliminação dos estímulos traz como consequência a valorização do dólar – como já está ocorrendo. Não constituiu surpresa alguma a valorização do Real frente ao Dólar que levou ao consumo de bugigangas importadas. Apesar de esgotados os estímulos permanecem. Agora ocorre a mesma coisa com sinal trocado: sabíamos que mais dia menos dia os dólares acabariam por voltar ao seu local de origem e porto seguro. Só não sabia quando. Desta vez – não mais como consumo de mercadorias baratas – mas como investimento. Viagens ao exterior se tornam mais caras, e brasileiros vão usar o dólar mais caro para comprar imóveis ou investir em empresas americanas. “Naturalmente, a excessiva oferta não será canalizada para o próprio mercado americano de moeda, haja vista inexistirem tantas e tão grandes opções de investimento. Além do mais, os juros, no mercado americano, não proporcionam remuneração, mas, sim, proteção e um ambiente propício aos investimentos produtivos. A tendência, portanto, é o retorno dos dólares aos mercados emergentes, meio que gerando um efeito tsunami, que se seguirá após o presente recuo das águas”. Caminhos da economia por Thaís Herédia. Mas nenhum governo de nenhum partido fará esse tipo de reforma. Imaginar que políticos irão voluntariamente abrir mão dos privilégios gerados pela Petrobras é tão lógico quanto imaginar que cupins irão voluntariamente abdicar da madeira. O governo é naturalmente formado por insaciáveis praticantes da espoliação pública. Tais pessoas não apenas querem utilizar o dinheiro do petróleo para financiar seus próprios projetos eleitoreiros, como também querem ter o governo subsidiando esses seus buracos sem fundo. Só nos resta aguentar. Leandro Roque.

Nenhum comentário:

Postar um comentário