domingo, 14 de dezembro de 2014

COMO TUDO FUNCIONA


Funciona assim: um americano vai a um banco comercial qualquer e pede um empréstimo para comprar um imóvel. Ato contínuo, o banco cria dinheiro eletrônico e acrescenta estes dígitos eletrônicos na conta do tomador de empréstimo, que agora utilizará este dinheiro para comprar um imóvel. Por uma questão de regra contábil, sempre que um banco concede um empréstimo, ele está criando um ativo e um passivo: o ativo é o valor do empréstimo, o passivo é o dinheiro que ele deu ao tomador de empréstimo. Atenção, pois esta parte é crucial: se um banco concede um empréstimo, o valor do seu ativo aumenta. Quanto mais empréstimos ele concede, maior o valor do seu ativo (e, consequentemente, do seu passivo). Por uma questão de regulamentação bancária (tanto do Banco Central americano quanto do Banco da Basileia), há um limite para o crescimento destes ativos. Em termos técnicos, os ativos têm de manter uma proporção máxima em relação ao patrimônio líquido do banco. Portanto, um banco não pode sair concedendo empréstimos a rodo, pois ele rapidamente atingiria este limite determinado. Tradicionalmente, quando uma pessoa pega um empréstimo para comprar um imóvel, cria-se uma dívida entre ela e o banco. Se a pessoa irá honrar sua dívida ou não, é problema do banco. No cenário americano, Freddie e Fannie fizeram com que os bancos não mais se preocupassem com nada disso, pois eles sabiam que, tão logo concedessem um empréstimo imobiliário, Fannie e Freddie estavam lá para comprar este empréstimo a um valor acima do montante concedido. Desnecessário dizer que todo este processo — ao facilitar enormemente a compra de imóveis —gerou muito mais empréstimos imobiliários do que normalmente ocorreria. Este direcionamento artificial de recursos para o mercado imobiliário aditivou os preços dos imóveis.

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