terça-feira, 29 de março de 2011

COGERAÇÃO DE USO MÚLTIPLO

O intenso tráfego de caminhões carvoeiros e de calcário pela 050 com destino às pequenas siderúrgicas de Itauna e Divinópolis evidencia um mercado promissor para o carvão vegetal que desestimula o corte de arvores naturais, substituído pelo corte de florestas artificiais especialmente cultivadas e mais eficientes do que as naturais.

A instalação de termoelétricas a gás ou etanol nas vizinhanças de Belo Horizonte permite o uso da cogeração para fins múltiplos com aproveitamento integral do gás:
--complementação térmica com alívio do sistema em 500 kV.
--Reduzir o consumo de carvão vegetal na produção de Gusa de inúmeras siderúrgicas regionais (perdas por gazes de escape).
--Utilização da eletrólise na produção de eletro intensivo (potência útil no eixo).
-- Recuperação de áreas degradas do cerrado mineiro.

sábado, 26 de março de 2011

ACIDENTE NUCLEAR

A maneira irresponsável como vem sendo anunciada a construção de Angra III e mais 4 nucleares no norte e nordeste não condiz com a gravidade da situação que o mundo atravessa. Nem com a seriedade como o assunto é tratado pelo governo japonês ao pedir humildemente desculpa pelos danos causados.

São os mesmos que condenaram Angra I e II como ‘vaga-lume’ e o acordo nuclear celebrado com a Alemanha pelo governo autoritário da época (Pasquim).

Agora – depois de passados 30 anos do acidente em Tree Mils Islands e Tchernobil – os mesmos críticos do governo militar se enchem de orgulho nacionalista anunciando a construção de Angra III com o mesmo material estocado (encaixotado) e fora dos padrões de segurança atuais.

FATOS OMITIDOS DO GRANDE PÚBLICO
1. Não há projeto novo nos 20 anos passados desde o acidente (Professor Rogério C. Cerqueira Leite da Unicamp)
2. Em Tchernobil houve rompimento do vaso de água pressurizada que não foi relatado à população atingida da Ucrânia e do resto da Europa.
3. Mas foi percebido por funcionários de usina nuclear sueca através de previsão meteorológica de ventos.
4. Em Angra houve acidente que não chegou a comprometer Angra I e II, mas pode comprometer Angra III devido aos acidentes climáticos decorrentes da ocupação desordenada recente, tal como em Petrópolis.
5. Não há outra referência a termoelétricas a gás em cogeração conforme apregoadas pelo professor Goldemberg no seu trabalho premiado “Energia para o Desenvolvimento”, datado de 1980, em que ressalta o uso-final da energia e escolha dos ‘vetores energéticos’, especificamente o gás de petróleo e etanol em termoelétricas.
6. Convivemos habitualmente com radiação ultravioleta e cósmica maléficos, mas que podem se tornar benéficos em tratamento assistido ou mesmo em exames de raios X e Gama (professora Emico Okuno do instituto de física da USP).
7. Acidentes acontecem, alguns com freqüência maior que não necessariamente sejam decorrência de eventos notáveis como os de Fukushima. O gravíssimo acidente com Césio, por exemplo, que deixou vítimas fatais foi decorrência de um prosaico descuido.
8. Hidroelétricas também estão sujeitas a rachaduras ou sobrevertimento por vazões seculares históricas alem das previstas (Graminha, Limoeiro e Euclides da Cunha na década de 70).
9. Assim como não existe meio ambiente impoluto, não há também sistemas elétricos invulneráveis a acidentes naturais.
10. Nos países industrializados o consumo de energia é estacionário ou o crescimento da demanda per cápita é inferior ao PIB idem. Não é de admirar que se torne decrescente como decorrência do ingresso destes países na nova economia de serviços, da eletrônica e da informação: basta uma ligeira recessão ou mesmo um pouco de civilização.

VETORES ENERGÉTICOS

USO-FINAL DA ENERGIA

Gás e etanol constituem as fontes mais promissoras neste bom momento que o país atravessa para a exploração de petróleo e cana de açúcar. Gás que seria queimado de qualquer maneira nos poços e plataformas; e etanol como alternativa viável de energia alternativa. Ambos acabarão se tornando subproduto da exploração do petróleo e cana de açúcar.

O fato mais importante está na melhora do desempenho do sistema atual, de forma descentralizada, retardando o grande Sistema Interligado Nacional.
Um sistema desconectado confina apagões ao subsistema em que o acidente ocorre, evitando a transmissão e distribuição -- os mais sujeitos aos riscos operatórios -- que constitui o principal foco de fragilidade do grande sistema interligado.

Não precisa perder investimento ao desativar antigas usinas, mas melhorar o seu desempenho através da cogeração. Nem perda de elevados investimentos nos grandes reservatórios do passado, mas aumentar sua motorização com acréscimo de novas unidades de baixo custo incremental.

quinta-feira, 24 de março de 2011

COGERAÇÃO

A cogeração é uma prática que tem sido pouco explorada no planejamento do uso-final da energia e na escolha dos vetores energéticos mais adequados para esse fim. Tem um sentido muito mais amplo do que a simples geração de energia elétrica a partir da queima do bagaço nas usinas de cana de açúcar. Por mais incrível que possa parecer, constitui uma das mais abundantes fontes de energia do momento (Goldemberg, “Energia para o Desenvolvimento”). Pode ser utilizada em vários locais do sistema atual sem grandes investimentos.

COGERAÇÃO NO SUDESTE

Permite economizar combustível fóssil de antigas térmicas a vapor ainda em atividade no sistema: Piratininga, Santa Cruz -- inclusive Candiota III recém ativada, mas ainda não inaugurada.

Utilizada junto aos centros de carga reduzem a necessidade de linhas de transmissão, ao mesmo tempo em que retardam esvaziamento reservatórios ou necessidade de novos por já serem estoques de energia potencial, disponível a qualquer hora, independente do clima. Com isso vão permitir aumentar a motorização das hidroelétricas atuais com acréscimo de novas unidades de baixo custo incremental.


Em alguns estabelecimentos onde predominam cargas de aquecimento o combustível do motor a gás ou etanol pode ser usado integralmente para produzir calor (aquecimento) e, ao mesmo tempo produzir iluminação e pequenos acionamentos. Hospitais, Clubes, hotéis, shoping, escolas, nos quais – indubitavelmente – o aquecimento por “anacrônicos chuveiros elétricos” constitui a maior demanda. São aplicações de grandes cidades onde mais cresce atividades de serviço, com recuo das grandes fábricas.

Em atividades que utilizam “calor de processo” e energia de acionamento: indústria de alimentos, laticínios, fornos de cerâmica e vidro, padarias, etc.


COGERAÇÃO NO CENTRO-OESTE

Termoelétricas a gás combinadas com antigas térmicas a vapor permite redução do consumo do bagaço, reservado para produção de mais etanol. O período de safra coincidente com a seca permite a complementação de hidroelétricas com ganho de sinergia.




COGERAÇÃO NO NORTE E NORDESTE

Combinadas com antigas térmicas pré-existentes permitem o aproveitamento total do gás de gasodutos já construídos, ao mesmo tempo em que complementam usinas de fio d’água para suprimento local e produção de minério eletro intensivo e siderúrgico a carvão vegetal.