domingo, 21 de dezembro de 2014


O reservatório de Furnas está quase vazio e com 5 metros de altura útil

Veja agora o nível do Reservatório de Gurnas

as ações da Petrobrás; preço do petróleo e nivel de Furnas em queda livre: "é o Brasil descendo a ladeira"

as ações da petrobras cairam para 10R$/ação. Coitados dos funcionários do BB, Caixa,Correios & Fgts que "patrioticamente" foram obrigados a "dar ouro para o bem do Brasil".

sábado, 20 de dezembro de 2014

Fannie Mae e Freddie Mac: O QUE SÃO?


Fannie Mae e Freddie Mac são empresas voltadas exclusivamente para o mercado imobiliário. Mais especificamente, elas são empresas que existem para garantir liquidezao mercado de hipotecas. Elas não emprestam dinheiro para compradores de imóveis; elas apenas compram estes empréstimos dos bancos,Leandro Roque.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

eficiência no uso final da energia


Países desenvolvidos estão aprendendo a usar de modo mais eficiente a enegia que consomem, especialmente no aquecimanto de residências e no transporte. Com o desenvolvimento do Shale gás a imensa malha ferroviária fica dispensada do transporte de carvão e óleo que pode ser usada no transporte de de pessoas e outros bens de maior valor agregado. Amaior fonte de energia está na eficiência no uso final: Queimar combustível prara produzir aquecimento e potenciais hidroelétricos para produzir trabalho e movimento. Temelétricas a gás produzem as duas formas de energia numa só planta. Hospitais, condomínios, cerâmicas, bebidas não podem dispensar o uso destas térmicas combinadas com térmicas convencionais a caldeira para diminuir o consumo de carvão e óleo.

domingo, 14 de dezembro de 2014

O FUNCIONAMENTO DA ENGRENAGEM


Funciona assim: um americano vai a um banco comercial qualquer e pede um empréstimo para comprar um imóvel. Ato contínuo, o banco cria dinheiro eletrônico e acrescenta estes dígitos eletrônicos na conta do tomador de empréstimo, que agora utilizará este dinheiro para comprar um imóvel. Por uma questão de regra contábil, sempre que um banco concede um empréstimo, ele está criando um ativo e um passivo: o ativo é o valor do empréstimo, o passivo é o dinheiro que ele deu ao tomador de empréstimo. Atenção, pois esta parte é crucial: se um banco concede um empréstimo, o valor do seu ativo aumenta. Quanto mais empréstimos ele concede, maior o valor do seu ativo (e, consequentemente, do seu passivo). Por uma questão de regulamentação bancária (tanto do Banco Central americano quanto do Banco da Basileia), há um limite para o crescimento destes ativos. Em termos técnicos, os ativos têm de manter uma proporção máxima em relação ao patrimônio líquido do banco. Portanto, um banco não pode sair concedendo empréstimos a rodo, pois ele rapidamente atingiria este limite determinado. E é exatamente nesse ponto que Fannie e Freddie entram em cena.

AINDA O VELHO PADRÃO OURO


O gráfico traz vários detalhes interessantes. Até o início da década de 1970, quando os EUA ainda viviam sob alguns resquícios de padrão-ouro, os preços dos imóveis permaneceram praticamente constantes. Durante a década de 1970, os preços praticamente duplicaram, mas isso foi efeito da alta inflação monetária ocorrida naquela década (que ficou conhecida como a década perdida dos EUA), e não especificamente de uma bolha. Já durante a década de 1980 houve um mini-bolha, a qual estourou no início da década de 1990 (aficionados por economia podem pesquisar sobre a retração do mercado imobiliário americano nesta época). A partir de 1993, início do governo Clinton, os preços voltaram a subir continuamente. E aceleraram vertiginosamente a partir de 2001 até entrarem em colapso em 2008. Logo, partindo-se deste gráfico, dois eventos devem ser analisados: 1) O que gerou a ascensão de preços a partir de 1993? 2) O que gerou a súbita aceleração a partir de 2003?

COMO TUDO FUNCIONA


Funciona assim: um americano vai a um banco comercial qualquer e pede um empréstimo para comprar um imóvel. Ato contínuo, o banco cria dinheiro eletrônico e acrescenta estes dígitos eletrônicos na conta do tomador de empréstimo, que agora utilizará este dinheiro para comprar um imóvel. Por uma questão de regra contábil, sempre que um banco concede um empréstimo, ele está criando um ativo e um passivo: o ativo é o valor do empréstimo, o passivo é o dinheiro que ele deu ao tomador de empréstimo. Atenção, pois esta parte é crucial: se um banco concede um empréstimo, o valor do seu ativo aumenta. Quanto mais empréstimos ele concede, maior o valor do seu ativo (e, consequentemente, do seu passivo). Por uma questão de regulamentação bancária (tanto do Banco Central americano quanto do Banco da Basileia), há um limite para o crescimento destes ativos. Em termos técnicos, os ativos têm de manter uma proporção máxima em relação ao patrimônio líquido do banco. Portanto, um banco não pode sair concedendo empréstimos a rodo, pois ele rapidamente atingiria este limite determinado. Tradicionalmente, quando uma pessoa pega um empréstimo para comprar um imóvel, cria-se uma dívida entre ela e o banco. Se a pessoa irá honrar sua dívida ou não, é problema do banco. No cenário americano, Freddie e Fannie fizeram com que os bancos não mais se preocupassem com nada disso, pois eles sabiam que, tão logo concedessem um empréstimo imobiliário, Fannie e Freddie estavam lá para comprar este empréstimo a um valor acima do montante concedido. Desnecessário dizer que todo este processo — ao facilitar enormemente a compra de imóveis —gerou muito mais empréstimos imobiliários do que normalmente ocorreria. Este direcionamento artificial de recursos para o mercado imobiliário aditivou os preços dos imóveis.

ENVOLVIMENTO COM POLITICAGEM


Por fim, vale ressaltar que Fannie e Freddie estavam profundamente envolvidas em politicagem. A Fannie, mais especificamente, foi utilizada por políticos democratas que queriam diminuir as exigências que a empresa impunha para conceder empréstimos a pessoas de mais baixa renda. Tudo em nome de estar ajudando os "necessitados". Em setembro de 1999, ninguém menos que o próprio The New York Times publicou uma reportagem dizendo que a Fannie Mae estava afrouxando as exigências de crédito para as hipotecas que ela comprava dos bancos. Segundo o próprio Times, a iniciativa era perigosa porque iria estender hipotecas para indivíduos cujo histórico de crédito não são bons o suficiente para se qualificarem para empréstimos convencionais. [...] A Fannie Mae tem estado sob intensa pressão do governo Clinton para dar sustentação a hipotecas de pessoas de renda baixa e moderada. [...] [Embora] as novas hipotecas sejam estendidas para todos os potenciais tomadores de empréstimos, [um dos objetivos do programa é] aumentar o número de proprietários de imóveis entre as minorias e os indivíduos de baixa renda, os quais tendem a apresentar um histórico de crédito pior que os dos brancos não-hispânicos.

CRA e ações afirmativas


CRA e ações afirmativas Mas apenas Fannie e Freddie não seriam capazes de estimular todo o mercado imobiliário, e muito menos o mercado subprime(subprime se refere a tomadores de empréstimo com histórico de crédito ruim). É aí que entra em cena a segunda política governamental: ação afirmativa para empréstimos. Fannie e Freddie não eram as únicas entidades utilizadas para reduzir os padrões de empréstimos. Agências governamentais de vários tipos começaram a pressionar os bancos a fazerem empréstimos mais arriscados, e tudo em nome da "igualdade racial". Caso se recusassem a assumir este comportamento temerário, os bancos poderiam ser legalmente processados por discriminação e racismo. Em 1992, um estudo feito pela sucursal do Federal Reserve de Boston afirmouter encontrado claras evidências de que, mesmo levando-se em conta as diferenças na capacidade creditícia de cada indivíduo, as minorias recebiam menos empréstimos do que os brancos. Tal estudo foi considerado como definitivo por aqueles já dispostos a acreditar em sua conclusão: a saber, que os bancos americanos discriminavam negros e hispânicos — mas, curiosamente, não discriminavam os asiáticos, que recebiam ainda mais empréstimos do que os brancos. Este estudo ressuscitou uma lei conhecida Community Reinvestment Act. Trata-se de uma lei criada ainda no governo de Jimmy Carter, no final da década de 1970, e que foi plenamente revigorada no governo Clinton. Esta lei deixou os bancos à mercê de processos por discriminação caso eles não emprestassem para minorias em um volume suficientemente alto, que satisfizesse as autoridades.

QUESTÃO DOS INCENTIVOS


Em primeiro lugar, é crucial entender a questão dos incentivos. A partir do momento em que os critérios exigidos para se conceder empréstimos imobiliários foram artificialmente relaxados por imposição do governo americano, e a partir do momento em que o próprio governo adotou políticas que estimulavam a aquisição de imóveis, foi apenas uma questão de tempo para que o setor imobiliário se tornasse um território propício à especulação.

DEMANDA POR IMÓVEIS ESTMULADA


O aumento na demanda por imóveis — estimulado pelo acesso artificialmente facilitado aos financiamentos — gerou um inevitável e contínuo aumento nos preços dos imóveis. Este aumento contínuo, por sua vez, produziu o "inesperado" efeito de atrair especuladores para o mercado imobiliário. Tornou-se extremamente comum um indivíduo adquirir um empréstimo, comprar uma casa, fazer alguns aprimoramentos nesta casa e, apenas um ano depois, revendê-la a um preço muito maior, entregando a hipoteca para o novo comprador que, seis meses depois, faria a mesma coisa que seu antecessor. Ou seja, comprar um imóvel havia virado um investimento altamente rentável e de ganho certo.

AS AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO


Mas o que tornou possível essa contínua especulação? O que fez com que Fannie e Freddie fossem capazes de comprar e revender títulos lastreados em hipotecas ininterruptamente? Como dito acima, em setembro de 2008, ambas as empresas detinham metade das hipotecas do país e praticamente 75% das hipotecas recém-concedidas. De onde vieram os fundos que permitiram isso? Resposta: de duas fontes. Em primeiro lugar, não se pode de modo algum ignorar a função deletéria exercida pelas agências de classificação de risco, como Moody's, Fitch e Standard & Poor's. Sem elas, a bolha imobiliária certamente teria sido menor. Qual foi o estrago que elas fizeram?

PARA ENTENDER O QUE SE PASSOU


Voltemos àquele exemplo prático dado logo no início do artigo. Um americano típico, John Smith, vai a um banco qualquer e consegue um empréstimo para comprar um imóvel. Ato contínuo, este banco irá revender este empréstimo (que é um ativo) para Fannie e Freddie. Ambas terão a opção de ou manter este ativo ou revender este ativo. Na maioria das vezes, como mostram os números do parágrafo acima, elas mantinham este ativo em suas carteiras. Porém, em vários casos, elas empacotavam estes ativos e revendiam para investidores de todo o mundo, em sua esmagadora maioria grandes conglomerados financeiros e grandes bancos de investimento. Bear Stearns, Lehman Brothers, Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Merril Lynch, Morgan Stanley, Citibank, Bank of America eram os compradores americanos mais famosos, ao passo que Barclays, Royal Bank of Scotland e Northern Rock (Reino Unido), BNP Paribas e Société Générale (França), Credit Suisse e UBS (Suíça), e Deutsche Bank (Alemanha) eram os mais famosos compradores da Europa.

O PRINCIPAL CULPADO DE TUDO


No entanto — e este é o tema desta seção — absolutamente nada disso teria sido possível caso não houvesse uma entidade com o poder legal de criar dinheiro do nada e injetar este dinheiro no setor bancário para que os bancos pudessem continuamente criar mais empréstimos. Sem uma entidade alimentando todo este sistema com dinheiro criado do nada, não teria sido possível que (1) os empréstimos bancários para a aquisição de imóveis aumentassem continuamente por 15 anos; (2) que os preços dos imóveis disparassem, alimentando todos os tipos de atividades especulativas; (3) que Fannie Mae e Freddie Mac fossem capazes de atrair um volume cada vez maior de dinheiro de investidores por contarem com a proteção implícita do governo; (4) que o decreto CRA fosse bem-sucedido em obrigar os bancos a continuamente fazer empréstimos para pessoas com histórico de crédito duvidoso. Em suma: sem um Banco Central criando dinheiro e dando este dinheiro aos bancos para que estes concedessem empréstimos — e, com isso, fizessem com que a quantidade de dinheiro na economia americana aumentasse continuamente —, não teria como haver uma bolha imobiliária. Certamente, não uma bolha destas proporções. Todo este novo dinheiro criado pelo Banco Central americano (Fed) e multiplicado pelo sistema bancário por meio do processo de reservas fracionárias foi majoritariamente canalizado para o setor imobiliário. E, para intensificar ainda mais as distorções, os critérios excessivamente frouxos para a concessão de empréstimos— critérios estes gerados por políticas governamentais criadas exatamente com este propósito — fizeram com que especulações e compras imobiliárias excessivas parecessem investimentos geniais.

A BONANÇA


Todo o processo começou a ser desencadeado no final do ano 2000, quando houve o estouro da bolha das empresas de tecnologia. Temendo uma iminente recessão, o Fed aumentou suas injeções de dinheiro no sistema bancário para gerar uma redução nos juros. Estas injeções de dinheiro foram intensificadas logo após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Durante este período, a taxa básica de juros da economia americana caiu de 6,5% para 1%. E assim ficou até meados de 2004. Este aumento na base monetária deixou os bancos repletos de dinheiro para ser emprestado. E emprestar foi o que eles fizeram, e majoritariamente para o setor imobiliário.

CRÉDITO TOTAL DOBRA PARA US$7 TRILHÕES


Vale observar que, de 2000 a 2008, o crédito total aumenta incríveis 100%, de US$3,5 para US$7 trilhões. Isso significa que o sistema bancário, estimulado pelo Fed, jogou US$3,5 trilhões na economia americana em apenas 8 anos. Para a aquisição de imóveis foram direcionados "módicos" US$2 trilhões (de US$1,5 trilhão para US$3,5 trilhões). Ou seja, dos US$3,5 trilhões jogados na economia, US$2 trilhões foram para o setor imobiliário. Acrescente a isso todas as medidas governamentais citadas ao longo deste artigo, e realmente não há absolutamente nenhum motivo para se estranhar a bolha imobiliária que foi formada. Isso explica toda aquela elevação de preços observada no gráfico 1. De 1993 a 2006, os preços dos imóveis se apreciaram acentuadamente. Em alguns mercados específicos, até mesmo os preços das moradias mais simples se tornaram astronomicamente altos. Esta subida nos preços estimulava novos investimentos em mais construções de imóveis, o que gerava um aumento na oferta de imóveis. E este aumento na oferta de imóveis viria, mais à frente, a exercer uma pressão baixista nos preços dos imóveis.

O COLAPSO


A partir de meados de 2004, com a economia americana já recuperada da recessão de 2001, o Fed começou a reduzir o ritmo de injeções de dinheiro no sistema bancário. Consequentemente, os juros começaram a subir. O gráfico abaixo mostra esta correlação entre desaceleração do crescimento da base monetária e aumento da taxa básica de juros. Este aumento dos juros esfriou a demanda por imóveis. Uma redução na demanda por imóveis em conjunto com um acentuado aumento na oferta de imóveis gerou o inevitável: no final de 2006, os preços começaram a cair. A queda nos preços — na realidade, a percepção de que os preços não mais iriam aumentar — arrefeceu toda a atividade especulativa. Pessoas que haviam comprado imóveis para especular viram que a festa havia acabado. O que elas fizeram? Simplesmente pararam de pagar suas hipotecas. Deram o calote. Por quê? Porque elas haviam pegado empréstimos extremamente generosos, que não exigiam absolutamente nenhum pagamento de entrada. Elas simplesmente abandonaram seus imóveis. Não perderam nada. Já outras pessoas pararam de pagar suas hipotecas simplesmente porque o aumento dos juros havia tornado impossível continuar honrando suas prestações.

CALOTES DISPARAM


A combinação destes dois fatores fez com que os calotes totais nos empréstimos imobiliários disparassem. Começou timidamente em 2006. Disparou em 2007. Foi para a estratosfera em 2008. De 2005 até o final de 2008, os calotes pularam de US$20 bilhões para US$170 bilhões. Um aumento de 750% em 4 anos. A partir daí, o resto é história. O aumento nos calotes fez com que todos os bancos de investimento que haviam comprados títulos lastreados em hipotecas repentinamente não mais auferissem essa receita. O valor destes ativos caiu para zero. Uma redução nos ativos sem uma concomitante redução nos passivos fez com que vários destes bancos sofressem uma brutal redução em seu capital (patrimônio líquido). Com o capital afetado, os bancos simplesmente pararam de conceder novos empréstimos, inclusive entre eles próprios no mercado interbancário. Isso gerou o famoso problema do congelamento do mercado de crédito. (Veja no gráfico 3 como a linha azul se torna plana no primeiro semestre de 2008). Consequentemente, vários bancos começaram a enfrentar sérios problemas de liquidez.

CRISE É VISÍVEL EM AGSTO DE 2007


Essa crise começou a se tornar mundialmente visível em agosto de 2007. No dia 9 daquele mês, o banco francês BNP Paribas anunciouque estava suspendendo saques em dois dos seus fundos que haviam investido volumosamente em títulos lastreados em hipotecas americanas. Isso afetou o banco britânico Northern Rock, que dependia exatamente destes fundos de investimento para conseguir liquidez. Incapaz de conseguir um empréstimo de curto prazo no mercado bancário, o Northern Rock recorreu ao Banco Central da Inglaterra para pedir um empréstimo de 3 bilhões de libras. Tudo parecia estar indo bem, exceto por um detalhe: um informantedentro do Banco da Inglaterra alertou a BBC sobre a operação no dia 13 de setembro de 2007. A notícia de que o banco estava insolvente se espalhou como fogo na pólvora e, na manhã seguinte, houve uma corrida bancária ao Northern Rock, com correntistas ávidos para sacar seu dinheiro. Foi a primeira corrida bancária em larga escala desde 1930. O governo britânico anunciou que iria garantir todos os depósitos do banco. No dia 17 de fevereiro de 2008, após o governo recusarvárias ofertas de aquisição pelos outros bancos, o Northern Rock foi nacionalizado. No dia seguinte, a seguradora AIG, de alcance global, também anunciou que estava sem dinheiro. O caso da AIG é interessante. Ela repentinamente se descobriu sem dinheiro não porque havia investido em títulos lastreados em hipotecas, mas sim porque havia emitidos seguros contra o calote de hipotecas (os chamados "credit default swaps"). Sempre que uma instituição era caloteada por algum devedor, ela recorria à AIG, que havia emitido apólices contra esses calotes hipotecários. Com a súbita disparada nos calotes, a AIG repentinamente foi para o vermelho. E por que a AIG havia emitido tantas apólices de seguro contra calotes de hipotecas? Porque ela havia sido informada pelo governo de que os preços dos imóveis jamais cairiam, e havia também sido informada pelas três agências de classificação de risco e que os títulos lastreados em hipotecas eram AAA — isto é, extremamente confiáveis e seguros. Ou seja, em troca desta segurança prometida, a AIG emitiu várias apólices e coletou uma boa soma em prêmios. Até que tudo se reverteu, e todos os bancos foram correndo reclamar suas indenizações. No total, até o fim do ano de 2008, o Fed viria a emprestar US$125 bilhões para a AIG em troca de 80% da empresa. Segundoo The New York Times, esta foi "a mais radical intervenção no setor privado em toda a história

COMPTRA DE TODOS OS TÍTULOS HIPOTECÁRIOS


Após todas estas intervenções, o Fed assumiu uma postura totalmente inaudita em toda a sua história: ele simplesmente passou a comprar todos os títulos hipotecários em posse dos bancos. Ou seja, ele passou a imprimir dinheiro e dar aos bancos em troca dos títulos hipotecários em posse destes bancos. Isso limpou o balancete dos bancos e fez com que a base monetária explodisse. No entanto, e felizmente, todo este aumento da base monetária não se converteu em expansão do crédito. Ou seja, os bancos não jogaram este dinheiro na economia. A quase totalidade do aumento da base monetária transformou-se em "reservas em excesso". "Reservas em excesso" são as reservas que os bancos mantêm voluntariamente depositadas junto ao Fed, além do volume determinado pelo compulsório.

1) Todo este arranjo apresentado configura um sistema totalmente desregulamentado, um genuíno laissez-faire, ou, ao contrário, representa um sistema fortemente intervencionista, no qual políticos, burocratas e reguladores determinavam regras e Toda esta nova política adotada pelo Fed resultou em um generoso e gratuito subsídio para o sistema bancário. No final, não apenas seus lucros dos tempos da bonança foram mantidos, como os prejuízos ainda foram socializados. Atualmente, os bancos de Wall Street operam em um regime de risco quase nulo: eles fazem empréstimos hipotecários, revendem os títulos das hipotecas para o Fed, recebem o dinheiro de volta (com um lucro), e ainda deixam boa parte deste dinheiro recebido do Fed depositado no próprio Fed, que está pagando 0,25% ao ano sobre este montante. Por causa de toda a intervenção governamental, toda a lambança agitava em prol de suas conveniências?

RETIRADA DE ESTÍMULOS DO FED


O crescimento do PIB nos EUA foi revisado pela 2ª vez para 4,1%. Na 1ª, de 2,5 para 3,6% e na 2ª de 3,6 para 4,1%. Particularmente relevante é o fato de o cálculo ser anualizado, isto é: – O ano é contado por trimestres. Exemplo: – O ano terminado no 3º trimestre de 2013 é 4,1% superior ao mesmo 3º trimestre de 2012. Além disso, a sequência de 3 valores positivos nos três trimestres mostra que a variação (derivada) é positiva, condizente com uma economia em crescimento. Se permanecesse constante (em 2,5% por exemplo) no 3º trimestre a economia ainda estaria em crescimento linear – ao contraria da União Europeia – cuja taxa é nula e, em alguns países é negativa, o que indica retrocesso. Outro fato marcante é uma taxa de crescimento razoável para uma economia que já é tão grande. O presidente do FED pode deixar de emitir 10 bilhões de dólares neste mês de janeiro e ir para casa aguardar o resultado já substituído pela nova presidente. A consagração virá em seguida.

sábado, 13 de dezembro de 2014

CÂMBIO FORA DO LUGAR


O governo perdeu a batalha contra o mercado financeiro, segundo Luiz Gonzaga Beluzo, que nem é economista. – “O câmbio está muito fora do lugar e é preciso acelerar as concessões e fortalecer a indústria. A valorização do real por vários anos tornou os empresários importadores e fez a indústria encolher e ficar nanica”. – O país se se meteu numa “camisa de onze varas” e para sair dessa “camisa de força” vai ter que aceitar “na marra” as concessões, mesmo os do Pré-sal, que não consegue chamar mais a atenção de grandes petrolíferas. Sozinha a Petrobras não dá conta e pode sofrer retaliações de ambientalistas em caso de vazamento. – Desenvolvimento não é mais como foi na década de 70. Agora tem de fazer acordos para poder competir. O foco da turbulência está na adequação da exportação e importações (aumentam o de déficit que não mais consegue financiar com capital externo, porque o crescimento é baixo sempre e na indústria não tem dinamismo. A configuração da economia mundial é outra. É preciso procurar outros caminhos. Um deles é o próprio agronegócio e indústria de equipamentos agrícolas. O Brasil produz excesso de eletricidade – segundo o próprio operador do sistema – para um setor industrial que encolheu. Mas tem oportunidade na produção de energia de outro tipo: energia térmica para acionamento de termoelétricas combinadas de complementação e calor de processo utilizado em fábrica de vidro, cerâmica, alimentos e bebidas. Mais tarde, quando o câmbio voltar a refletir o poder de compra, poderá voltar a fabricar máquinas e equipamentos para exportação A eletricidade da Amazônia poderá ser utilizada em geração distribuída para desenvolvimento regional. O mercado acha que ela está a esquerda de Lula que era legal porque aceitava conversar. A presidenta herdou esse negócio do qual é difícil desvencilhar. Deu uma recuada e está desconfortável. Os empresários sabem que ela vai ganhar e estão dispostos a cooperar. Se deixar por conta do PMDB e do próprio PT, Pains, Arnaldo e Suplicy acabarão comprometendo o sistema da previdência. Se conseguirem eleger mais um poste para são Paulo. “O tabelamento da taxa de retorno pegou mal e quase virou uma réplica dos bolivarianos”.

ELES, QUE SÃO IBÉRICOS QUE SE ENTENDAM


O mercado acha que ela está a esquerda de Lula que era legal porque aceitava conversar. A presidenta herdou esse negócio do qual é difícil desvencilhar. Deu uma recuada e está desconfortável. Os empresários sabem que ela vai ganhar e estão dispostos a cooperar. Se deixar por conta do PMDB e do próprio PT, Pains, Arnaldo e Suplicy acabarão comprometendo o sistema da previdência. Se conseguirem eleger mais um poste para são Paulo. “O tabelamento da taxa de retorno pegou mal e quase virou uma réplica dos bolivarianos”. Empresários não jogam dinheiro fora é menos atrito e mais reclamação. Eles já deram conta de que uma coisa é a relação de forças , outra é a política. Sabem que vai ganhar e vão compor com ela e ela vai compor com eles, discutir. Os incentivos ao consumo estão esgotados. Dilma está em dificuldades de levar adiante o projeto de melhora. A economia não cresce por falta de investimento. Não resolve o problema da indústria. E se não resolver as coisas recuarão. De tanto espionar, grandes petrolíferas acabaram chegando a conclusão de que não vale a pena se inscreverem. Só deu chinesa e Quem nos protegerá de nossos protetores? Não houve surpresa alguma no leilão de Libra: Galp ou Repsol, ambas são empresas minúsculas associadas à estatal chinesa Sinopec não foram inscritas no leilão de Libra ao mesmo tempo, porque – empresas do mesmo dono – souberam da oferta de cada uma sem precisar de espionagem. Eles – que são ibéricos – que se entendam. Vence outra chinesa.

QUEM REGULARÁ NOSSOS REGULADORES?


No congresso políticos gagás que já perderam o contato com a vida moderna fingem-se de indignados com os “atentados à soberania”, mas ninguém lhes dá ouvidos. Acabam por se render ao poder central que governa por decreto e medidas provisórias – uma herança da ditadura – que a constituinte cidadã manteve intacta. Nestes tempos de populismo, políticos de mais de 60 anos correm o sério risco de extinção. Por isso aderem como “cracas” ao casco grande navio. Vide vice-governador ubíquo da oposição e – ao mesmo tempo ministro da situação. Isto é o populismo da base de sustentação do governo de coalisão: uma fauna exótica de políticos das mais diversas origens, religiões e ideologias, do centro, da direita e esquerda – cada qual com sua quota nos ministérios e secretarias – todos sob o comando da presidente que reina soberana por decretos e medidas provisórias. “Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, E a ela só por prémio pretendia”. Partilha é um regime criado pelo Gabrieli para manter coesos velhos nacionalistas. Deu certo como estratégia de marketing. Espionagem é um factoide usado como pretexto – para entreter velhinhos – para adiar leilão. Vale como experiência apenas. Daí leva dez anos para produzir petróleo, já que a Petrobras não tem condições de bancar a exploração e os riscos. Se já não ha interessados para Libra, quem vai interessar por outros menos promissores. De onde virá o gás para suprir termelétricas? E a gasolina para abastecer a frota que não para de crescer?

RESERVAS DE FRANCO PODEM SER MAIORES DO QUE AS DE LIBRA


PORQUE EM LIBRA OCORREU UM LEILÃO DE PERDEDORES? Desagradou “Gregos e baianos”: esquerda e direita, inclusive os velhos nacionalista saudosos. O povão que só sabe de bolsa família ficou encantado e a presidente recupera popularidade. Um leilão na forma de concessão traria mais recursos para exploração de outros campos, diretamente pela Petrobras na forma de prestação de serviço como sugere o professor da USP Ildo Sauer. Por exemplo: Mal comparando, no leilão de Tupy por “cessão onerosa” – renomeado para Lula – rendeu US$42.5 bilhões, conquanto considerado menos promissor. Claro que não entrou dinheiro em espécie. Apenas maior participação estatal no capital da Petrobras e fuga de acionistas minoritários. O que parecia na época uma doação “generosa” – para contrapor à cessão onerosa – acabou por se transformar em dor de cabeça para a Petrobras, com a fuga dos acionistas minoritários e redução do valor das ações a quase metade, situação que perdura até os dias de hoje. “Inicialmente, a estimativa das reservas de Franco, divulgadas em 2010, por ocasião da cessão onerosa, era de cerca de 4,5 bilhões de barris. Desse total, 3 bilhões de barris foram dados em troca de ações da companhia durante a mega capitalização da empresa”. “Outros dois bilhões estão divididos em outros campos do pré-sal de menor porte: Florim, Sul de Guará, Entorno de Iara, Sul de Tupi, Nordeste de Tupi, e uma área contingente (Peroba), somando o total de R$ 74,8 bilhões, valor equivalente às ações cedidas pela Petrobras à União. Na época, se estabeleceu um valor para o petróleo produzido no local de US$ 8,51, valor que será renegociado no ano que vem entre a empresa e o governo”. Fonte: Valor Econômico, por Cláudia Schuffner. Se o poço de Franco sozinho tem reserva igual ou superior ao de Libra – pelo qual a Petrobras também já pagou – significa no mínimo 8 bilhões de barris, ou 5 bilhões a mais do que foi comprometido na capitalização de 2010. Isto pode trazer complicações a já longa e difícil agenda que envolve Petrobras e o governo em torno da renegociação dos contratos de “Cessão Onerosa”. Para ficar com o excedente de 5 bilhões de Franco a Petrobras teria que pagar exatamente o mesmo que pagou na capitalização, isto é: US$42.5 bilhões – a prevalecer o mesmo preço do barril fixado em US$8.51. Ao invés disto, a ANP retomou o campo de libra e o está leiloando. É algo inédito no mundo. Nem Stalin faria isso. “A Petrobrás não foi ressarcida das perfurações de Libra e Franco e nem é isso o que se busca, mas tal fato corrobora a afirmativa de vários diretores de que Libra fez parte da cessão onerosa”. Se as reservas são maiores do que a Petrobras dá conta de explorar e o governo está mais interessado no bônus de assinatura do que em resultados futuros, uma solução é angariar recursos em parte do Pré-sal no regime de concessão – cujo bônus de assinatura é maior – e utilizar estes recursos na exploração do campo de Libra recém leiloado. “Na prática um bônus de assinatura maior é mais compatível com o regime de Concessão, no qual o governo nacional privilegia a antecipação de receitas e não se preocupa com a otimização da produção e da arrecadação de longo prazo. O valor de bônus fixado pode expressar a opção por maximizar a arrecadação de curto prazo e também reduzir a atratividade do leilão de um campo, a princípio, muito promissor como é o caso de Libra. Bônus de assinatura alto também comprometeria mais a disponibilidade de caixa da Petrobras”. Fonte: Thales Viegas, Blog Infopetro.

NEM TUDO SÃO FLORES


Nem tudo são flores. Apesar da recuperação do prestígio – por conta das bondades – o governo colhe os piores reveses na balança comercial desde 98. Tudo em razão da conta petróleo que acumulou déficits de 22 bilhões na conta petróleo, anulando resultados positivos de outros setores. Fora as mágicas contábeis na exportação de plataformas que não saíram do lugar, manutenção de refinarias e gasto excessivo na refinaria Abreu & Lima cujo sócio não comparece com sua parte na sociedade – fora sucessivos calotes na dívida da Venezuela. Faz tempo que o governo vem sendo alertado pela presidente da Petrobras sobre a necessidade de equiparação de preços dos combustíveis, mas a excessiva esperança na exploração do pré-sal – depois da vitória forçada e desnecessária do consórcio único no leilão de Libra – o governo por fim se dá conta da necessidade de aumento no preço da gasolina e diesel distribuídos para fazer face às despesas programadas na exploração. A presidente rechaça o instrumento ambíguo do “gatilho”– um recurso de sindicalistas que traz de volta a indexação e aumento de salário acima da inflação. Está certo Ildo Sauer que seria melhor uma exploração gradual através de serviços prestados pela Petrobras em lugar do complicado sistema de partilha. Estão certos também as velhas raposas nacionalistas – mas não pelos mesmos motivos – que o adiamento do leilão daria um tempo precioso para a Petrobras se recompor de grandes perdas sofridas e esperar pelo resultado do excesso de alternativas do momento como “Shale gás” e pré-sal do golfo do México e costa da África. Acontece que os resultados demoram e enquanto dura o Brasil corre o risco – segundo Adriano Pires – de se tornar grande produtor e exportador de petróleo no futuro distante e incerto enquanto permanece dependente – por período prolongado – da importação onerosa de combustíveis.

LEILÃO DE LIBRA FOI HOMOLOGAÇÃO


Não precisava fazer parte de consórcio, pois sua participação já é automática com mínimo de 30% como operadora única. Mas o fez para assegurar a participação de grandes petrolíferas e pelo menos um consórcio. Com pretendente único não é leilão. Mas, para ser líder a Petrobras teve que pagar mais pelo bônus de assinatura – 40% de 15 bilhões – e o Brasil vai receber menos óleo – o mínimo como é óbvio – na ausência de concorrentes. A surpresa foi a apresentação da proposta vencedora – apresentado nos últimos segundos – para evitar maiores dissabores: um arranjo pra ninguém botar defeito.

LEILAO PARA INGLÊS VER


LEILAO DE LIBRA NO PAÍS DAS MARAVILHAS Não foi tipicamente, um leilões no conceito a que estamos habituados, com vários consórcios concorrentes. Foi um leilão de perdedores: perde o leiloeiro (união) que vai receber menos na repartição do lucro petróleo – obviamente pela falta de concorrente. Perde a Petrobras que – já tendo a garantia mínima de 30% de participação como operadora única – foi obrigada a pagar 10% a mais em um momento de dificuldade de caixa. Aquele que faz o serviço da exploração deveria receber mais e não menos lucro futuro ao contrário do “leilão português”, no qual quem oferece o menor lance “carrega o piano”. Um leilão na forma de concessão traria mais recursos para exploração de outros campos, diretamente pela Petrobras na forma de prestação de serviço como sugere o professor da USP Ildo Sauer. Por exemplo: no leilão de Tupy (Lula) por “cessão onerosa” rendeu o triplo de Libra, conquanto menos promissor. Claro que não entrou dinheiro em espécie. Apenas maior participação estatal no capital da Petrobras, sacaneando acionistas minoritários. LEILAO PARA INGLÊS VER E PARTICIPAR A existência de um vencedor requer a participação física de pelo menos mais um consórcio oponente. Como pode haver vencedores se não há concorrentes? Quais foram os vencidos. Faz lembrar “Alice no País dos espelhos”, de Lews Carol, quando o palhaço Humpty-dumpty exclama com ar de espanto: “competição boba esta: ao final chegaram todos juntos na hora combinada e todos vão receber as Libras!”

CONSÓRCO BIÔNICO VENCEDOR NO LEILÃO DE LIBRA


Providencial a notícia de espionagem: foi o motivo de que precisavam para o adiamento, por falta de concorrentes. Só empresas chinesas interessam para garantir fornecimento futuro de petróleo e nem se importam em ser operadoras. Até já tinham oferecido financiamento para cobrir os 30% que cabe à Petrobras. Na inscrição só apareceram chinesas, estatais evidentemente. Na hora do leilão não apresentaram proposta por serem sócias da Petrobras. Por conta disso também deixaram de comparecer a Petrogal e Repsol, pelo mesmo motivo. Depois de tanto tempo sem leilão o adiamento seria interpretado como fracasso. Foi uma “Vitória de Pirro”. Mesmo com a queda de produção na bacia de Campos e apesar do insucesso das empresas “X”, as apostas visam apenas o futuro distante para manter a “mística do Pre-sal”: interessa mais presente (gift) do “bônus de assinatura”. O que importa no momento é o sucesso do 1º poço promissor. Depois virão outros e muita coisa pode ser mudada no próximo governo.

QUEM SABE CUBA AJUDA EXPLORAÇÃO


A melhor forma de explorar petróleo é como faz Cuba: durante décadas da guerra fria “extraía” petróleo da antiga URSS. Com a perda do fornecedor, depois da queda do ‘muro’ passou “extrair” petróleo da Venezuela em troca de médicos. E o Brasil – que agora importa médicos de Cuba – talvez possa substituir a Venezuela – agora em dificuldades – com fornecimento de petróleo do Pré-sal em troca de médicos. Não só médicos como mecânicos e funileiros, atividade na qual os cubanos são especialistas, para competir com melhores carros Coreanos e japoneses.

LEILÃO COM CANDIDATO BIÔNICO


Sem concorrente não há vencedor. O governo sabia – com antecedência – do pequeno interesse das grandes petrolíferas, mas, para manter “a mística do Pré-sal”, decide aumentar a participação da Petrobras para 40% para atrair grandes petrolíferas para um arranjo de consórcio único. Paga mais no presente para receber menos no futuro distante. Se o preço do barril cair abaixo de 100 dólares – como muitos esperam – sempre haverá tempo para correção de rumo. Depois de tantos anos sem leilão o adiamento seria visto como um fracasso. A surpresa foi a apresentação da proposta vencedora – apresentado nos últimos segundos – para evitar maiores dissabores: um arranjo pra ninguém botar defeito. Como afirma o palhaço em “Alice no País das maravilhas”: ‘Competição chata essa: todos chegaram juntos, quem vai receber as libras?’

“LEILÃO PORTUGUÊS” ÀS AVESSAS


Foi uma réplica do “leilão português” às avessas: pagou mais bônus e leva menos óleo ao contrário do “leilão Português em que o lusitano recebe menos para fazer o serviço (carregar o piano)**. No caso o único consórcio vencedor, que esperou o último instante para apresentar proposta, evitando assim a chegada de outro concorrente inesperado. Quem mais perdeu foi o leiloeiro: a Petrobras teve que pagar mais 10% de bônus para que as grandes empresas europeias – SHELL E TOTAL– fizessem a finesa de fazer parte do consórcio solitário. Ruim desse jeito até Stalin faria. ** Presta o serviço aquele que ofertar o menor preço daí o nome “leilão português”.

EXPLORAÇÃO VIRTUAL DO PRÉ-SAL


A melhor forma de “explorar” o Pré-sal é política – de longo prazo – como o governo agora está fazendo: deixado lá nas profundezas – livre de espionagem – até que o FED decida pela retirada dos estímulos à economia americana. Hoje, com excesso oportunidades do Pré-sal, Golfo do México, Shale gás, etc., a queda no preço do barril favorece a Petrobras na despesa com importação de combustíveis. As grandes petrolíferas americanas têm ofertas mais promissoras do México – em vias de privatização da Pemex – e da Argentina no gás de xisto. De qualquer forma, a presença dessas petrolíferas dificultaria o arranjo de consórcio único. Por isso, indesejadas, sob alegações fúteis de espionagem.

EXPLORAÇÃO a PRAZO DO PRÉ-SAL


A melhor forma de explorar petróleo é como faz Cuba: durante décadas da guerra fria “extraía” petróleo da antiga URSS. Com a perda do fornecedor, depois da queda do ‘muro’ passou “extrair” petróleo da Venezuela em troca de médicos. E o Brasil talvez possa substituir a Venezuela – agora em dificuldades – com fornecimento de petróleo do Pré-sal em troca de médicos. Não só médicos como mecânicos e funileiros, atividade na qual os cubanos são especialistas.

BRASIL JÁ FOI AUTOSSUFICIENTE


Monopólio é uma característica de país pobre que só tem o petróleo como recurso e pode ser contaminado pela “doença Holandesa” que atinge Venezuela e países árabes. Diversificado, o país só tem a ganhar com a complementaridade. No caso de um acidente os riscos podem ser compartilhados com outras empresas da vizinhança. Se até a China – um país comunista – se abre para cooperação, porque o Brasil precisa ficar confinado dentro dos estreitos limites de um nacionalismo que não deu certo após 60 anos de tentativa?

A grande novidade:FUNCIONÁRIOS ESPIÕES


Usada desde os tempos de “amarrar cachorro com linguiça”. Folha há 30 anos, Zé Simão: –Bill Clinton autoriza espionagem em FAX. Folha há 60 anos: –Getúlio cria o “monopólio do petróleo”. –Petrobras é aprovada por projeto de Gabriel Passos da UDN e refinaria recebe seu nome. –Maçonaria anda a investigar maçonaria (Portugal). –Marechal Rondon investiga espionagem nos telégrafos do Acre. Como se vê, é o velho complexo de “vira-lata”, pois temos convênio de vigilância da Amazônia com os EUA; usamos satélite de comunicações alugado dos EUA; convênio ortográfico com Portugal e colônias; convênio de exploração da antártica,.... Eles nos vigiam há mais de século, mesmo sem querer explicitamente. Isto é coisa corriqueira. Não merece tantas exibições no GOOGLE (3 milhões em 0.25”). Se não quer ser “expiado”, faça como as celebridades: Não use celular, não tenha EMAIL e não entre no FACEBOOK. Use tambores e fumaças como os índios. A grande novidade:FUNCIONÁRIOS ESPIÕES Se a espionagem ocorre com frequência nas relações conjugais, porque não seriam usadas por empresas. Espionagem é corriqueira. Porque usar meios sofisticados quando têm a mão o acervo dos próprios funcionários que constantemente mudam de emprego. Pura ingenuidade achar que não vão usar na hora do

PRÉ-SAL e ESPIOANAGEM


A TV levantou a lebre, mas a presidente não precisava dar realce a uma coisa que sabia corriqueira. Foi a própria base do governo que levantou a hipótese do adiamento. Ameaçadas de espionagem as grandes petrolíferas recuaram. Essa a versão oficial que serve como pretexto para um possível adiamento do leilão. Se comparecessem poderiam ser questionadas por conhecimento privilegiado. Como já era previsto só deram estatais e chinesas – como sócias não operadoras – para garantir fornecimento de petróleo no futuro distante. No curto prazo as grandes petrolíferas estão mais interessadas no gás que é mais promissor, especialmente o “shale gás” nos EUA, cuja exploração está mais avançada. Também há maior interesse no Pré-sal do México – mais próximo – com a Pemex em vias de ser privatizada. Ainda é possível à Petrobras importar gasolina e etanol por preço baixo, mas, mais dia menos dia, os estímulos à economia americana cessarão e os investimentos retornam ao lugar de origem e porto seguro. As consequências para a Petrobras serão danosas. Há ainda o risco de queda no preço do barril. Só com estatais e chinesas a Petrobras não tem recursos para levar adiante a exploração: Até que ponto vai acreditar nesse “conto de fadas” do Pré-sal?

REGIME DE PARTILHA AFASTA GRANDES PETROLÍFERAS


REGIME DE PARTILHA AFASTA GRANDES PETROLÍFERAS É uma forma disfarçada de afastar do leilão as grandes empresas. Para não parecer arbitrário, o motivo alegado foi espionagem, um fato corriqueiro nos leilões de concessão. Se comparecessem, poderiam ser questionadas por conhecimento privilegiado e afastadas arbitrariamente – como aconteceu na mega capitalização – da mesma forma que os bolivarianos fazem com a Petrobras. As estatais e chinesas entram pagando ¼ do que a Petrobras pagou pelo contrato de “cessão onerosa” (US$43bilhões) do campo Lula, muito menos promissor. Com isso, garantem o fornecimento de barris de petróleo futuro ao preço de mercado. Constitui apenas um empréstimo com pagamento futuro em espécie. SÓ COM ESTATAIS, PETROBRAS NÃO DÁ CONTA. Só com estatais e chinesas a Petrobras não tem recursos para levar adiante a exploração do campo de Libra. Se levar em conta o decréscimo natural dos poços da bacia de campos levará pelo menos 6 anos para ter aumento de produção e até lá a retirada de estímulos – sempre anunciada pelo FED – terá ocorrido. Ainda é possível à Petrobras importar gasolina e etanol por preço baixo, mas, mais dia menos dia, os estímulos à economia americana cessarão e os investimentos retornam ao lugar de origem e porto seguro. As consequências para a Petrobras serão danosas.

PERDAS DA PETROBRAS


PERDAS DA PETROBRAS “Desde 2003, as perdas acumuladas da estatal podem chegar a R$ 38 bilhões, resultado da diferença entre o preço que a empresa cobra pelos derivados de petróleo no mercado interno e o preço internacional” (Adriano Pires). Essa questão só tende a se agravar com o aumento do volume de petróleo importado e valorização do dólar. Com preço congelado dos combustíveis a Petrobras não dá conta de bancar o déficit primário cada vez maior. Recriar a conta petróleo é a maneira de retroceder ao monopólio que manteve, por décadas, a dependência do petróleo importado. Pode ser bom para reparar prejuízo dos acionistas minoritários que ainda restam. Mas, manter congelado o preço da gasolina – como era no passado remoto – não vai trazer de volta as grandes empresas. O regime de partilha afasta grandes petrolíferas.

O PREVISÍVEL 1º LEILÃO DO PRÉ-SAL


Tudo aconteceu dentro do previsto desde a descoberta do Pré-sal. O novo regime de partilha foi a causa real do afastamento das grandes petrolíferas, bem como da presença maciça de estatais chinesas no leilão do Pré-sal.

SÓ DEU ESTATAIS E CHINESAS


Como já era previsto só deram estatais e chinesas – como sócias não operadoras – para garantir fornecimento de petróleo no futuro distante. No curto prazo as grandes petrolíferas estão mais interessadas no gás que é mais promissor, especialmente o “shale gás” nos EUA, cuja exploração está mais avançada. Também há maior interesse no Pré-sal do México – mais próximo – com a Pemex em vias de ser privatizada. Se não compareceram no 1º e mais promissor que interesse teriam as grandes petrolíferas na exploração dos demais poços? Explorar só com estatais e chinesas não operadoras é o mesmo que adiar. Demora tanto a aparecer resultados que o FED já terá retirado estímulos – repetidamente anunciados – e o petróleo já terá baixado de preço e perdido a importância diante das novas descobertas: uma justificativa a mais para o adiamento.

ETANOL DE MILHO É VIÁVEL Se o Brasil importa etanol de milho dos EUA mais barato do que pode produzir, tem todas as condições de produzir o mesmo etanol de milho nas regiões distantes do Mato Grosso a partir dos imensos estoques. Estocar etanol fica mais barato do que estocar milho como ocorre nos EUA. Além disso, a fabricação de etanol não requer os mesmos cuidados na secagem e armazenamento do milho, podendo ser aproveitado o estoque – muito deles a céu aberto – que está se perdendo por falta de armazéns. A produção de álcool de etanol viria complementar a oferta de combustível nos próximos cinco anos. Armazenagem e transporte por dutos de etanol (já existentes) permitiriam o barateamento e a melhor distribuição no período de entressafra (inclusive do milho safrinha). Pode ser produzido nas usinas de cana de açúcar no período ocioso e queimando bagaço armazenado. “Nos Estados Unidos as usinas têm o gás subsidiado. No Brasil é exatamente o contrário, não temos biomassa para colocar uma destilaria exclusivamente de etanol de milho”, afirma Rastirolla. Mas, poderia usar o próprio etanol produzido como combustível de termelétricas do mesmo tipo das termelétricas combinadas a gás que produz energia elétrica no eixo e energia calorífica na forma de “calor de processo” para a fabricação do etanol.

GREVE DOS SINDICATOS É ”FAZ DE CONTA”


Pra não dizer que não participaram. Agora que a presidente resolve privatizar tudo os sindicatos fazem greve – contra o governo que ajudaram eleger – para adiamento. Mas, é de faz de conta. Na hora ‘H’, acabam aderindo como soe acontecer. No congresso, políticos gagás - que já perderam o contato com a vida moderna - fingem de indignados com os “atentados à soberania”, mas ninguém lhes dá ouvidos. Acabam por se render ao poder central que governa por decreto e medidas provisórias – uma herança da ditadura – que a constituinte cidadã manteve intacta. Nestes tempos de populismo, políticos de mais de 60 anos correm o sério risco de extinção. Por isso aderem como “cracas” ao casco grande navio. Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, E a ela só por prémio pretendia.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

FONTES ALTERNATIVA E USINAS DE FIO D'ÁGUA


FONTES ALTERNATIVAS E USINAS DE FIOD’ÁGUA Não estamos proibidos de fazer usinas a carvão. Mas, mais usinas a carvão? Bastam as que já estão aí. O problema não está no combustível fóssil – que o mundo inteiro usa – mas no “processo rudimentar de caldeira a vapor de baixíssimo rendimento, verdadeira reminiscência arqueológica” do qual não escapa nem as nucleares. Fontes alternativas, como a eólica, não vão cumprir a função de geração básica do sistema. Embora limpa, a produção é intermitente e tão incerta quanto as usinas de fio d’àgua da Amazônia. Estas podem ser complementares mas não são integráveis. A Região Amazônica reúne as piores condições de armazenamento de energia por meio de reservatórios. A configuração não é, tipicamente, a de uma bacia única integrada, mas várias bacias isoladas, cujos rios não têm ligação física entre si, nem com os rios do Sudeste o que é um obstáculo a integração. Potenciais da Amazônia têm ampla utilização local quando subutilizados na forma de usinas de fluxo d’água para geração distribuída e complementada por térmicas a gás natural e convencional existente. Precisamos mais de térmicas combinadas a gás que aproveite integralmente a energia química do gás na produção das 2 formas de energia: calor e eletricidade.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

“TSUNAMI DE DÓLARES”


A alta exagerada das ações – principalmente de Internet – teve ganhadores, que foram as empresas multinacionais, mas teve também perdedores devido à perda patrimonial dos que tiveram prejuízos na bolsa, como fartamente documentado. A política de afrouxamento ou “tsunami de dólares” foi o que permitiu ao FED adotar política de Juros baixos e incentivos ao consumo e ao crédito com baixa inflação. Onde foram parar os dólares resultantes do afrouxamento monetário? O principal beneficiário foi a China e, por consequência o Brasil com o “boom das comodities”.

BRINCANDO NOS CAMPOS DO PRÉ-SAL


A providencial notícia de espionagem é o pretexto para o adiamento, por falta de concorrentes. Estatais e chinesas interessam para garantir fornecimento futuro de petróleo e nem se importam em ser operadoras. Até já ofereceram financiamento para cobrir os 30% que cabe à Petrobras. O governo está de olho mesmo é no “presente” do bônus de assinatura para cobrir superávits (15 bilhões de dólares) mais do que na repartição do óleo “futuro”. Até outubro o governo vai fazer de tudo para ter um bom desempenho no teste do 1º e único poço de Libra, nem que tenha que abrandar as exigências: pouco direito de voto (35%), ainda sujeito a veto da estatal PPSA no que tange a custo. A providencial notícia de espionagem é o pretexto para o adiamento, por falta de concorrentes. São exigências demasiadas que só podem contar com empresas estatais e chinesas, interessadas apenas em garantia de fornecimento futuro. Mesmo com a queda de produção na bacia de Campos e apesar do insucesso das empresas “X”, as apostas não têm compromisso no presente: O que importa é o sucesso do 1º e único poço promissor. Depois virão outros e muita coisa pode ser mudada no próximo governo. Se a oferta de dólares realmente for mais restrita a Petrobras terá sérias dificuldades para importar gasolina e etanol – pelo menos momentaneamente – por preço ainda mais caro do que já está fazendo. O subsídio à gasolina importada – que já é um transtorno para a Petrobras – se tornará ainda maior com preços mais elevados da gasolina e etanol devido ao fim do estímulo que a economia dos EUA vai passar – gradualmente – nesse ano de 2013 e seguintes. Já perdemos muito dinheiro com essa brincadeira. Bom mesmo é que não se perca a esperança, porque os americanos – como sempre – chegarão primeiro. É bom lembrar que 30% cabem à Petrobras no mínimo, como operadora única, o que significa redução proporcional do bônus de assinatura.

BRINCANDO DE ESPIONAGEM NO LEILÃO DO PRÉ-SAL


Providencial a notícia de espionagem: é o motivo que precisavam para o adiamento, por falta de concorrentes. Só empresas chinesas interessam para garantir fornecimento futuro de petróleo e nem se importam em ser operadoras. Até já ofereceram financiamento para cobrir os 30% que cabe à Petrobras. O espetáculo recomeça: o palco já está montado: será uma reprise da alardeada mega capitalização que só trouxe prejuízos à Petrobras, com o afastamento dos sócios minoritários. Desde então o valor das ações caiu à metade e a empresa só tem acumulado prejuízo material com o processo de congelamento dos combustíveis (US$38 bilhões, segundo Adriano Pires). Ainda Segundo Meireles (folha de domingo, 25): – A alta do dólar foi o sinal do FED de que reduzirá as medidas de estímulo monetário contra a crise (“Tsunami de dólares”), agora reiterado. O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA combinado com a eliminação dos estímulos traz como consequência a valorização do dólar – como continua ocorrendo. “Elas elevaram demais a oferta de dólares e sua reversão fortalece a moeda americana e redireciona capitais aos EUA”. O sucesso eleitoral está novamente garantido, mas o risco do fiasco do 1º leilão do Pré-sal permanece. O governo tem pressa, tanto que antecipou colocando o poço mais promissor para evitar o desgaste com a queda das ações da Petrobras.

PREÇO DA ENERGIA NA CONTA DE LUZ


A simples indicação do preço da energia na conta de luz – como agora – evidencia o absurdo da “cobrança por dentro”, ao contrário “da destinação para ICMS” que fazem para esconder o verdadeiro propósito da cobrança absurda. “O ICMS que incide sobre a eletricidade é calculado por um critério chamado tributação por dentro, no qual a base de incidência do imposto inclui o próprio imposto”. Isso faz com que a tributação real seja maior que a alíquota do imposto indicada na conta. Por exemplo: uma alíquota de 25% de ICMS representa uma tributação real de 33,3%. Uma alíquota de 30% corresponde a uma tributação real de 42,8%”. Referência: Instituto Acende Brasil. A simples redução de 20% pela renovação de contratos das empresas elétricas acarreta queda automática imediata de 5% do valor do ICMS. Por exemplo: de 25% para 20%, Em valores por unidade, a fórmula é simples: Tributação real= alíquota /(1- alíquota) Ver tabela a seguir: Alíquota Tributação real 20 25 25 33 30 43 40 67 50 100

COBRANÇA POR DENTRO É AGIOTAGEM


A cobrança de ICMS sobre a energia produzida por outros estados é uma forma de imperialismo exercida pelos estados mais desenvolvidos sobre os estados periféricos: uma forma de agiotagem sobre o produto de terceiros. Numa conta de 100 reais 45 são tributos e 55 é custo da energia. Grosso modo o imposto real sobre a tarifa seria: Imposto real = (45/55)*100 = 81,2% E, neste caso, imposto real cobrado é 81% da tarifa e não 45% como indicado na conta. Considerando apenas a incidência média de 33% de [PIS + COFINS + ICMS + RGR], cobrados por dentro sobre a tarifa nominal, o imposto real sobre o custo da tarifa seria aproximadamente 50% (33*100/67), em vez de 33% como indicado na conta

REDUÇÃO DE TARIFAS: MISSÃO IMPOSSÍVEL


Para ter uma grande redução na conta de energia bastaria a retirada sumária de alguns encargos, o que implicaria em redução automática do ICMS e PIS/COFINS que são impostos sobre impostos. O maior obstáculo à redução de tarifas está no ICMS que é cobrado por dentro – à maneira dos agiotas – ou seja, incide sobre o próprio ICMS. Já o PIS/COFINS – que é também cobrado ‘por dentro’ – tem por base o ICMS já cobrado, ou seja, é um imposto sobre outro imposto. O vilão é o ICMS – o maior deles – de 25% em média cobrado pelos estados mais ricos. A título de ilustração: Se 45% do valor de face da tarifa são impostos, o restante 55% é custo da energia. Logo, calculando apropriadamente o imposto total chegaria a mais de 80% do custo. Levando em conta apenas PIS, COFINS e ICMS, já teriam um aumento aproximado de 50% sobre o custo real da energia. Geração e transmissão têm custos baixos, considerando os últimos leilões. O custo é baixo, mas se não houver redundância de linhas o risco é alto.

MAU USO DA PETROBRAS


“Desde 2003, as perdas acumuladas da estatal podem chegar a R$ 38 bilhões, resultado da diferença entre o preço que a empresa cobra pelos derivados de petróleo no mercado interno e o preço internacional. Essa questão tem se agravado com a necessidade crescente de importação de combustíveis, uma vez que ao comprar efetivamente gasolina e diesel, a um preço mais alto no mercado externo, o prejuízo virtual se materializa”, Adriano Pires. O Brasil só atingiu a autossuficiência quando a Petrobras já era uma empresa anciã de mais de ½ século, depois de privatizada. Agora é uma sexagenária e ainda não consegue produzir petróleo suficiente.

O VELHO MITO


Recriar a conta petróleo é a maneira de retroceder ao monopólio que manteve, por décadas, a dependência do petróleo importado. A descoberta do Pré-sal fez renascer o velho mito e a mega capitalização foi o artifício para tornar a empresa um pouco mais estatal, o que levou ao afastamento de sócios minoritários. Desde então o Brasil voltou à dependência. As ações da Petrobras passaram sistematicamente a perder valor e acumular um grande prejuízo ao longo dos anos. Com alta do dólar e no preço do barril a empresa perde duplamente.

O RETORNO DO MITO


CONTA PETRÓLEO: O RETORNO DO MITO O retorno à conta petróleo é a confissão tácita da utilização da empresa como instrumento pelo governo, tanto com o objetivo de incentivar o desenvolvimento, quanto para controlar a inflação. Pode ser bom para reparar prejuízo dos acionistas e atrair novos investidores. Mas, manter congelado o preço da gasolina – como era no passado remoto – não vai trazer de volta as grandes empresas. Só as chinesas que se interessam pela garantia do fornecimento futuro. Falam até do adiamento, o pretexto é espionagem. Cogitam uma nova “cessão onerosa”, com mais uma capitalização nos moldes da 1ª, mas o dobro da de Tupi. Nada de concreto, só para manter o clima das discussões com finalidade eleitoral. O palco já começa ser montado, reprise: “vale a pena ver de novo”?.

NÃO HÁ MAIS RISCO: AGORA É CERTEZA


Hugo Siqueira - 27/3/2014 - 13:14 Termelétricas já fornecem mais de 1/3 da energia (Kwhora) e em breve será ½ a 1/2. O problema hoje é estrutural: Não falta energia segundo o próprio Operador do Sistema. Falta redundância de linha de transmissão para tornar o sistema mais conectado e ter mais caminhos alternativos por onde fluir grandes blocos de potência de usinas distantes. O Sistema se tornou vítima do seu próprio gigantismo. O que há é “certeza” do desabastecimento que o governo já admite. Admitir não é o bastante. É preciso planejar a subdivisão em sub-sistema isolados rumo à geração mais distribuída; convocar estados e empresas – que são partes intessadas – na produção da sua própria energia . Se foi uma prosaica queimada que isolou Tucuruí de Serra da Mesa e derrubou o sistema, como vai ser possível fiscalizar 2000 Km de linha em plena selva amazônica?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

DIREITA, ESQUERDA: VOLVER


Nunca experimentamos o sistema socialista, mas um forte nacionalismo de direita e esquerda – desde Getúlio e militares – com 2 períodos de ditadura intercalados por um breve período democrático. Mesmo nesse período o crescimento chegou aos níveis chineses de hoje. Foi quando JK abriu a economia para o capitalismo das multinacionais, com evidente benefício. Mas ainda perdura no meio acadêmico um forte pensamento de esquerda nacionalista que impede a percepção dos benefícios da cooperação espontânea. Os 3 últimos governos são semelhantes na sua essência macroeconômica – por mais que disputem – vindos da mesma origem de luta contra a ditadura. Entretanto, para se perpetuar tem de fazer aliança com os setores retrógrados que constituem a imensa base do congresso. Hoje, o Brasil mais parece uma monarquia (mal) representativa incapaz de fazer grandes reformas que deem mais poder aos estados. Todos os presidentes foram da esquerda – hoje não são mais – menos Lula que é um produto do capitalismo: foi preso, por motivos não ideológicos, mas nunca foi exilado. A globalização não é uma estratégia imposta pelos países industrializados para continuar colonizando países em desenvolvimento. Pelo contrário, ocorrem espontaneamente a revelia dos governos dos países industrializados e a despeito das ideologias, crenças e religiões. Nem é novidade: aconteceu na década de 60 com a transferência de fabricas inteiras, com processo e tudo, inclusive layout, para países em desenvolvimento. O trabalhador americano é mais eficiente que qualquer outro e não compensa utiliza-lo na função de outro mais barato. Exportar tecnologia traz mais benefício do que a exportação do próprio bem industrial. Questões de proteção ao trabalhador correm por conta do país hospedeiro.

FUGA DE INVESTIMENTO INVIABILIZA PRESAL.


A anunciada eliminação dos estímulos do FED combinado com o sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA traz como consequência a valorização do dólar – como já está ocorrendo – e às dificuldades da Petrobras na importação de gasolina, diesel e etanol. Se, o “1º tsunami de dólares” barateava o combustível importado, ainda era possível a equiparação do preço nas distribuidoras. Agora é impossível: imagina o efeito perverso de uma valorização do dólar que encarece o gás, gasolina e etanol importado pela a Petrobras daqui pra frente. Nessa altura dos acontecimentos uma alta no preço dos combustíveis na bomba seria “um tiro no pé” tendo em vista o clamor das ruas. A exploração do gás de xisto nos EUA registrou produção recorde em 2012 e o sucesso acabará refletindo no preço comodities inclusive o petróleo. Eventos simultâneos: – Valorização da moeda dólar, que já está ocorrendo. – A exploração gera um ambiente propício ao investimento. – Retorno dos dólares devido a eliminação dos estímulos americanos do FED. – Aumento da taxa de juros do FED. “A desvalorização cambial ocorrida no último mês elevou a defasagem dos preços domésticos em relação ao mercado internacional de 9,8% para 15,9%, no caso da gasolina, e de 6,5% para 13,4%, no caso do óleo diesel. O cambio desvalorizado também impacta o endividamento da empresa” (Adriano Pires). “fuga de dólares” aumenta – momentaneamente –despesa da Petrobras, mas estimula a produção nacional de etanol e de gás. O etanol deve ficar mais competitivo do que a gasolina este ano e se o preço da gasolina for finalmente equiparado – agora mais justificado pela alta do dólar – o etanol premiado de cana tem chance de sair da estagnação dos últimos anos. Há cerca de 3 meses que o presidente do FED vem dando sinais da retirado dos estímulos à economia americana em crise. Agora, são os países atingidos pela alta do dólar que vão pedir cautela na retirada dos estímulos na reunião do G20 que se aproxima. Sabíamos que mais dia menos dia os dólares acabariam por voltar ao seu local de origem e porto seguro. Só não sabia quando. Agora ocorre a mesma coisa com sinal trocado – não mais como consumo de mercadorias baratas – mas como investimento. Viagens ao exterior se tornam mais caras, e brasileiros vão usar o dólar mais caro para comprar imóveis ou investir em empresas americanas. A eliminação dos estímulos do FED traz como consequência a valorização do dólar e aumento dos juros – como já está ocorrendo. O enorme sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA não fez baixar o preço do barril porque a exportação está proibida. As dificuldades na importação de gasolina, diesel e etanol que a Petrobras vá ter de bancar daqui pra frente vão aumentar. Se, o “1º tsunami de dólares” – que tanto irritou a presidente – barateava o combustível importado, ainda era possível a equiparação do preço nas distribuidoras. Agora é impossível: imagina o efeito perverso de vários eventos simultâneos: – Aumento no preço do barril em dólares – contrariando as expectativas. – Valorização do dólar que encarece o diesel, gasolina e etanol importados. – Déficit na conta petróleo devido à queda na produção doméstica. – Fuga de investimento com a elevação dos juros da economia americana.

SHALE GÁS: O “X” DA QUESTÃO


SHALE GÁS: O “X” DA QUESTÃO A exploração do gás de xisto nos EUA registrou produção recorde em 2012 e o sucesso acabará refletindo no preço comodities. A exploração gera um ambiente propício ao investimento e foi o que inspirou o presidente do FED a emitir sinais cautelosos da retirada dos estímulos à economia americana. O sucesso na exploração combinado com a eliminação dos estímulos pelo FED traz como consequência a valorização do dólar e aumento dos juros – como já está ocorrendo. Alta no dólar O RETORNO DO INVESTIMENTO NOS EUA Sempre soube que mais dia menos dia os dólares acabariam por voltar ao seu local de origem e porto seguro. Só não sabia quando. Desta vez – não mais como consumo de mercadorias baratas – mas como investimento. Se a oferta de dólares realmente for mais restrita a Petrobras terá sérias dificuldades para importar gasolina, diesel e etanol – pelo menos momentaneamente – por preço ainda maior do que já está fazendo. O subsídio à gasolina importada – que já é um transtorno para a Petrobras – se tornará ainda maior com preços mais elevados da gasolina e etanol devido ao fim do estímulo que a economia dos EUA vai passar – gradualmente – nesse ano de 2014 e seguintes. “fuga de dólares” aumenta despesa da Petrobras, mas estimula a produção nacional de etanol e de gás. Mais um pesadelo para a Petrobras. Nessa altura dos acontecimentos uma alta no preço dos combustíveis seria “um tiro no pé” tendo em vista o clamor das ruas. Se, o “tsunami de dólares” barateava o combustível importado, imagina o efeito perverso da valorização que encarece o gás, gasolina e etanol importados que a Petrobras vá ter de bancar daqui pra frente. Do lado da energia, a reação à queda de popularidade foi novo incentivo ao consumo de eletricidade dos novos eletrodomésticos produzidos por usinas térmicas consumidora de combustíveis fósseis: um verdadeiro atentado ao IIº princípio da termodinâmica.

PRÉ-SAL: A GALINHA DOS OVOS DE OURO


OVOS DE OURO O Pré-sal continua a “galinha dos ovos de ouro” que nunca bota. Desde a descoberta em 2007 serviu apenas para fins eleitorais, com a alardeada mega capitalização que só trouxe prejuízos à Petrobras com o afastamento dos sócios minoritários. Desde então o valor das ações caiu à metade e a empresa tem sido usada como instrumento para cobrir superávit primário ou como instrumento de combate a inflação ao manter congelados os preços dos combustíveis, gasolina, diesel e – pasmem – etanol de milho importados a preços superiores ao distribuído – agora agravado com a alta persistente do dólar ao simples anúncio da retirada do estímulo americano do FED. Junte-se a isso o novo processo de partilha (substituindo o de concessão) e criação do “fundo social”, para o qual a empresa não está preparada para arcar com a responsabilidade de operadora única, que não vai atrair as grandes empresas no compartilhamento do risco exploratório. A antecipação do 1º leilão do Pré-sal depois de tanto tempo de discussão visa apenas o bônus de participação para acudir balanço de pagamento, enquanto os imaginários lucros do futuro distante permanece sob discussões intermináveis no congresso. A imensa base aliada cria dificuldades quanto à distribuição dos royalties aprovando a distribuição “agora” entre todos os estados e municípios, ou seja, querem “comer a galinha mesma” antes que os ovos de ouro sejam botados. Este é o quadro que se avizinha para o próximo ano de eleição. Os congressistas da imensa maioria do congresso não vão participar apenas como coadjuvantes, mas vão querer ver aprovadas as emendas distributivas de seus estados e municípios. Vai ser um “bis” daquilo que foi o “oba-oba” que elegeu a presidente. Juntando a todo esse quadro – com o fracasso das empresas “X” e queda de produção da bacia de Campos – qual empresa de porte vai se aventurar a fazer parte desse empreendimento conflituoso? A alta do dólar é resultado do anúncio – reiterado – da retirada gradativa do estímulo (“Tsunami de dólares”) pelo do presidente do FED, agora reforçado. O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA combinado com a eliminação dos estímulos traz como consequência a valorização do dólar – como já está ocorrendo – e às dificuldades da Petrobras na importação de combustíveis, com 22 bilhões de déficit acumulado no ano. – O anúncio de poços secos no Pré-sal que levou a queda nas ações das empresas “x”, gerou desconfiança e fuga de capitais de grandes empresas ao 1º leilão do pré-sal. Não constituiu surpresa alguma a valorização do Real frente ao Dólar que levou ao consumo de bugigangas importadas. Apesar de esgotados os estímulos permanecem. Agora ocorre a mesma coisa com sinal trocado: sabíamos que mais dia menos dia os dólares acabariam por voltar ao seu local de origem e porto seguro. Só não sabia quando. Desta vez – não mais como consumo de mercadorias baratas – mas como investimento. Viagens ao exterior se tornam mais caras, e brasileiros vão usar o dólar mais caro para comprar imóveis ou investir em empresas americanas. O congelamento de preço do combustível tem dois efeitos negativos: – Um na Petrobras, que importa gasolina e óleo diesel por um preço e vende mais barato. – Desestimula o investimento privado em refinarias. – Privilegia o transporte individual em detrimento do coletivo. Todo mês 300 mil brasileiros compram carros novos sabendo de antemão que estarão perdendo 20% do valor assim que saem das montadoras. Sem dúvida a cadeia ligada indústria automotiva se beneficia. Aqueles setores que ficam de fora pagam a conta ou tem mais desemprego. O congelamento de preço do combustível tem dois efeitos negativos: – Um na Petrobras, que importa gasolina e óleo diesel por um preço e vende mais barato. – Desestimula o investimento privado em refinarias. – Privilegia o transporte individual em detrimento do coletivo.

QUEDA DO PETRÓLEO INVIABILISA PRÉ-SAL


RECUPERANDO O ATRASO Depois da 11ª rodada – com atraso de 5 anos – a esperança brasileira agora é o gás, visto como “salvação da lavoura” para a indústria. Mas, não basta ter reserva segundo Adriano Pires. A pesquisa do gás de xisto nos EUA dura mais de 10 anos e só agora aparece os primeiros resultados. Não é nada fácil repetir o sucesso do gás de xisto por aqui. Isso demanda tempo e grande incentivo na infraestrutura e pesquisa do processo. Lá a situação é completamente distinta: os proprietários de terra são donos das reservas e ganham muito dinheiro com a exploração incentivada. A infraestrutura de gasodutos já existe há muito tempo. Mas alguns preferem gerar energia elétrica e vendê-la em vez de vender o gás. "A situação do Brasil é completamente diferente dos Estados Unidos. Temos grandes reservas descobertas, mas não temos infraestrutura”. Para o primeiro leilão sob o regime de partilha, o Governo exigiu forte investimento inicial com um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões e um government take de no mínimo 75%. Ao mesmo tempo, as empresas privadas que entrarem no negócio terão que se sujeitar à Petrobras como operadora e ao direito de ter no máximo 35% dos votos no comitê operacional, sendo que a estatal PPSA tem poder de veto, inclusive no que tange a ratificação dos custos. O risco é que a baixa atratividade do negócio acabe por gerar um consórcio “chapa branca”, a exemplo do ocorrido com o leilão da Usina de Belo Monte, que depois de várias reestruturações, só se tornou viável com o dinheiro barato do BNDES. Não há nenhum sinal de mudança no preço dos combustíveis em véspera de ano eleitoral. Manifestações de rua pedem ao contrário a diminuição do preço de passagens. – Depois da 11ª rodada – com atraso de 5 anos – a esperança brasileira agora é o gás, visto como “salvação da lavoura” para a indústria. Mas, não basta ter reserva segundo Adriano Pires. A pesquisa do gás de xisto nos EUA dura mais de 10 anos e só agora aparece os primeiros resultados. Não é nada fácil repetir o sucesso do gás de xisto por aqui. Apressadamente, os governos seguraram o preço das passagens, com medo das próximas eleições. Os estudantes – certamente – vão ter passe livre e aí, quem paga a conta? – é o “Papai Noel”? É claro que todos têm que pagar a conta, seja o usuário ou o contribuinte. Não existe mais ninguém para pagar.

O RETORNO DO “TSUNAMI DE DÓLARES”


O RETORNO DO “TSUNAMI DE DÓLARES” Tudo conspira para o insucesso do governo neste ano de 2014: –Com a volta do IPI, brasileiros compraram 300 mil carros em janeiro mesmo sabendo do prejuízo de 20% ao sair da montadora. É mais gasto de combustível e mais trânsito nas cidades e estradas. Nessa altura dos acontecimentos uma alta no preço dos combustíveis seria “um tiro no pé” tendo em vista o clamor das ruas. A elevação do preço desagrada o eleitor e pressiona a utilização do transporte público. Se a oferta de dólares realmente for mais restrita a Petrobras terá sérias dificuldades para importar gasolina e etanol – pelo menos momentaneamente – por preço ainda mais caro do que já está fazendo. O subsídio à gasolina importada – que já é um transtorno para a Petrobras – se tornará ainda maior com preços mais elevados da gasolina e etanol devido à redução dos estímulos que a economia dos EUA vai passar – gradualmente – nesse ano de 2014 e seguintes. Não constituiu surpresa alguma a valorização do Real frente ao Dólar que levou ao consumo de bugigangas importadas. Apesar de esgotados os estímulos permanecem. Agora ocorre a mesma coisa com sinal trocado: sabíamos que mais dia menos dia os dólares acabariam por voltar ao seu local de origem e porto seguro. Só não sabia quando. Desta vez – não mais como consumo de mercadorias baratas – mas como investimento. Viagens ao exterior se tornam mais caras, e brasileiros vão usar o dólar mais caro para comprar imóveis ou investir em empresas americanas. A alta do dólar é resultado do anúncio – reiterado – da retirada gradativa do estímulo (“Tsunami de dólares”) pelo do presidente do FED, agora chegando ao fim (outubro). O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA combinado com a eliminação dos estímulos traz como consequência a valorização do dólar – como já está ocorrendo – e às dificuldades da Petrobras na importação de combustíveis, com 22 bilhões de déficit acumulado no ano DE 2013. – O anúncio de poços secos no Pré-sal que levou a queda nas ações das empresas “x”, gerou desconfiança e fuga de capitais de grandes empresas ao 1º leilão do pré-sal. Não constituiu surpresa alguma a valorização do Real frente ao Dólar que levou ao consumo de bugigangas importadas. Apesar de esgotados os estímulos permanecem. Agora ocorre a mesma coisa com sinal trocado: sabíamos que mais dia menos dia os dólares acabariam por voltar ao seu local de origem e porto seguro. Só não sabia quando. Desta vez – não mais como consumo de mercadorias baratas – mas como investimento. Viagens ao exterior se tornam mais caras, e brasileiros vão usar o dólar mais caro para comprar imóveis ou investir em empresas americanas.

INFLAÇÃO É A DERIVADA E NÃO PREÇOALTO


Por outro lado, preço alto não quer dizer inflação, mas a sua derivada. É um fenômeno monetário: se o usuário gasta mais com gasolina, fica com menos dinheiro para gastar com outras coisas, cuja menor demanda faz o preço destas outras coisas baixarem e o índice permanece. Admira muito não se lembrarem destas velhas lições. Melhor mesmo é fazer – temporariamente – o que Ministro está propondo: retirar do cálculo o preço dos combustíveis. Veremos que as alterações serão pequenas. O que importa mesmo é a aparência: “à mulher de Cezar não basta ser honesta, tem de parecer honesta”. Afinal, o preço já é monitorado.

PRÉ-SAL: UM CONTO DE FADAS


BRINCANDO DE NOVO NOS CAMPOS DO PRÉ-SAL Ainda Segundo Meireles: – A alta do dólar foi o sinal do FED de que reduzirá as medidas de estímulo monetário contra a crise (“Tsunami de dólares”), agora finalmente completo. O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA combinado com a eliminação dos estímulos traz como consequência a valorização do dólar – como continua ocorrendo. “Elas elevaram demais a oferta de dólares e sua reversão fortalece a moeda americana e redireciona capitais aos EUA”. O sucesso eleitoral está novamente garantido, mas o risco do fiasco dos próximos leilões do Pré-sal permanece. O governo tem pressa, tanto que antecipou colocando o poço mais promissor para evitar o desgaste com a queda das ações da Petrobras. O governo está de olho mesmo é no “presente” (gift) para cobrir superávits: bônus de assinatura (15 bilhões de dólares) mais do que na repartição do óleo “futuro” (máximo 75%,). Foi teste – com exigências abrandadas para avaliar o desempenho dos próximos leilões: pouco direito de voto (35%), ainda sujeito a veto da estatal PPSA no que tange a custo. São exigências demasiadas que só podem contar com grandes empresas chinesas, interessadas apenas em garantia de fornecimento futuro. Mesmo com a queda de produção na bacia de Campos e apesar do insucesso das empresas “X”, as apostas não têm compromisso no presente: O que importa é o sucesso do 1º e único poço promissor. Depois virão outros e muita coisa pode ser mudada no próximo governo. Por exemplo: concessão com a finalidade de angariar recursos para novos contratos de partilha.

REINVENÇÃO DO PETROLEO


USO DO SHALE GAS A maior vantagem proporcionada pela revolução do shale gas decorre do fato de serem proprietários privados dos recursos que os exploram com meios próprios contando incentivos dos próprios estados produtores, ao contrário daqueles em que a propriedade é da união, garantida por dispositivos constitucionais que remontam ao código de águas, de 1934. Os EUA repetem a experiência dos estados produtores dos EUA que inventaram o petróleo do Texas e Pensilvânia. –Porque o shale gas nos EUA dá certo e o pré-sal não deslancha? Eis algumas razões: – É estabelecida em bases locais – devido aos baixos custos do transporte em relação ao do petróleo e gás por oleodutos. – Ocorre em zonas despovoadas e aproveita a extensa rede de gasodutos subutilizada dos antigos campos, o que favorece a geração distribuidada através termoelétricas combinadas a gas muito mais econômicas do que as antigas térmicas a vapor movida a carvão e óleo. – Antigos campos ainda produtivos foram deixados para traz em razão da abundância de novos mais produtivos e dos baixos preços do barril daí decorrentes. Inicialmente o gás excedente era reinjetado para aumentar a produção, ou, simplesmente queimado. De modo que existe uma enorme quantidade de gas e petróleo encarcerado nos poços maduros que pode ser reaproveitado pela injeção de água no processo de fracionamento. –A aplicação da nova tecnologia de fracionamento não se restringe à exploração de gás de xisto. Pode ser usada também para obtenção de petróleo em poços maduros ou em jazidas até agora consideradas subcomerciais, com a vantagem que a rede de infraestrutura subterrânea é pouco extensa ou já existe. – A ocorrência contempla indistintamente países grandes e pequenos, ricos ou pobres, que podem recorrer à P&D desenvolvida nos países ricos em regime de cooperação espontânea. Assim, podem escapar da ditadura do cartel dos grandes produtores de petróleo. – os EUA repetem a experiência dos estados fundadores dos EUA que inventaram o petróleo do Texas e Pensilvânia.

DESONERAÇÃO DE COMBUSTÍVEL FÓSSIL


– Enquanto o governo brasiileiro desonera o carvão mineral para uso em térmicas a vapor de baixo rendimento, nos EUA elas são substituidas por termoelétricas a gas mais econômicas na produção de calor e eletricidade. Com isso libera para outros fins extensa rede de estradas de ferro utilizada no transporte de carvão, bem como carvão para exportar. Aproveitam a extensa rede de gasodutos subutilizada de campos de petróleo maduros o que– Enquanto o congresso americano retira subsídios ao etanol de milho e premia o etanol de cana, o governo brasileiro vende na distribuidora a gasolina e etanol de milho mais barato do que o produto importado, em detrimento do etanol de cana brasileiro que não é sequer suficiente para a mistura à gasolina importada. favorece a geração distribuidada.

SHALE GAS NA DIANTEIRA


SHALE GAS NA DIANTEIRA TEM RESULTADOS IMEDIATOS A pesquisa do “Shale Gas” está pelo menos 10 anos à frente do Pre-sal, que ainda precisa de outros 10 anos para apresentar resultados. Nestes próximos 10 anos o cenário será outro para o preço do barril diante do sucesso de novas tecnologias. Ainda mais com os campos mais promissores de “Gás de Xisto” na vizinha Argentina e o Pré-sal do México – com a Pemex em vias de ser privatizada – ambos oferecendo maiores vantagens. Apostar no Pré-sal é para grandes petrolíferas que têm capacidade financeira. A Petrobras tem reconhecida experiência, mas não tem capacidade financeira, por isso precisa de grandes petrolíferas como sócias não só financeiras. È um risco muito grande para a Petrobras enfrentar sozinha. Se o “tsunami de dólares” barateava o combustível importado, imagina o efeito perverso da valorização que encarece o gás, gasolina e etanol importado que a Petrobras vá ter de bancar daqui pra frente. O aumento no preço da gasolina foi insuficiente e a reação foi imediata nas cotações da Petrobras de 10%. No diesel de 8%, serviu para melhorar o caixa da empresa. Se as reservas são maiores do que a Petrobras dá conta de explorar e o governo está mais interessado no bônus de assinatura do que em resultados futuros, uma solução é angariar recursos em parte do Pré-sal no regime de concessão – cujo bônus de assinatura é maior – e utilizar estes recursos na exploração do campo de Libra recém leiloado. “Na prática um bônus de assinatura maior é mais compatível com o regime de Concessão, no qual o governo nacional privilegia a antecipação de receitas e não se preocupa com a otimização da produção e da arrecadação de longo prazo. O valor de bônus fixado pode expressar a opção por maximizar a arrecadação de curto prazo e também reduzir a atratividade do leilão de um campo, a princípio, muito promissor como é o caso de Libra. Bônus de assinatura alto também comprometeria mais a disponibilidade de caixa da Petrobras”. Fonte: Thales Viegas, Blog Infopetro. Por outro lado, preço alto não quer dizer inflação, mas a sua derivada. É um fenômeno monetário: se o usuário gasta mais com gasolina, fica com menos dinheiro para gastar com outras coisas, cuja menor demanda faz o preço destas outras coisas baixarem e o índice permanece. Admira muito não se lembrarem destas velhas lições. Melhor mesmo é fazer – temporariamente – o que Ministro está propondo: retirar do cálculo o preço dos combustíveis. Veremos que as alterações serão pequenas. O que importa mesmo é a aparência: “à mulher de Cezar não basta ser honesta, tem de parecer honesta”. Afinal, o preço já é monitorado.

UM SENTIDO PARA COOPERAÇÃO


A despeito da elevada emissão de moeda, durante anos a baixa inflação americana foi decorrência da capacidade da China de exportar produtos mais baratos do que americanos conseguiam produzir. O trabalhador americano é mais eficiente que qualquer outro e não compensa utiliza-lo na função de outro mais barato. Exportar tecnologia traz mais benefício do que a exportação do próprio bem industrial. Bens tecnológicos – que são intangíveis – são poupadores de energia e transporte. Altas tecnologias requerem menos mão de obra. Mas, a difusão em larga escala dos objetos tecnológicos propriamente ditos, os computadores, celulares, Iphone, etc., requerem tal quantidade de mão de obra barata que os países industrializados não suportam tanto na quantidade quanto baixa qualificação requerida. Por isso o foco da fabricação dos objetos tecnológicos foi deslocado por iniciativa própria dos países asiáticos, especialmente a China. È interessante notar que o deslocamento do foco não se deu por iniciativa dos países industrializados. A cooperação foi iniciativa própria dos países asiáticos ao abrir deliberadamente seu território às empresas tal como se deu na década de 70 para o Brasil, com a transferência de fábricas inteiras, inclusive o processo de linha de montagem. – A alta do dólar foi o primeiro resultado do anúncio cauteloso da retirada gradativa do estímulo (“Tsunami de dólares”) pelo do presidente do FED, agora reforçado. O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA combinado com a eliminação dos estímulos traz como consequência a valorização do dólar – como já está ocorrendo. Não constituiu surpresa alguma a valorização do Real frente ao Dólar que levou ao consumo de bugigangas importadas. Apesar de esgotados os estímulos permanecem. Agora ocorre a mesma coisa com sinal trocado: sabíamos que mais dia menos dia os dólares acabariam por voltar ao seu local de origem e porto seguro. Só não sabia quando. Desta vez – não mais como consumo de mercadorias baratas – mas como investimento. Viagens ao exterior se tornam mais caras, e brasileiros vão usar o dólar mais caro para comprar imóveis ou investir em empresas americanas. “Naturalmente, a excessiva oferta não será canalizada para o próprio mercado americano de moeda, haja vista inexistirem tantas e tão grandes opções de investimento. Além do mais, os juros, no mercado americano, não proporcionam remuneração, mas, sim, proteção e um ambiente propício aos investimentos produtivos. A tendência, portanto, é o retorno dos dólares aos mercados emergentes, meio que gerando um efeito tsunami, que se seguirá após o presente recuo das águas”. Caminhos da economia por Thaís Herédia. Mas nenhum governo de nenhum partido fará esse tipo de reforma. Imaginar que políticos irão voluntariamente abrir mão dos privilégios gerados pela Petrobras é tão lógico quanto imaginar que cupins irão voluntariamente abdicar da madeira. O governo é naturalmente formado por insaciáveis praticantes da espoliação pública. Tais pessoas não apenas querem utilizar o dinheiro do petróleo para financiar seus próprios projetos eleitoreiros, como também querem ter o governo subsidiando esses seus buracos sem fundo. Só nos resta aguentar. Leandro Roque.

O BOOM DAS COMODITIES


Após todas estas intervenções, o Fed assumiu uma postura totalmente inaudita em toda a sua história: ele simplesmente passou a comprar todos os títulos hipotecários em posse dos bancos. Ou seja, ele passou a imprimir dinheiro e dar aos bancos em troca dos títulos hipotecários em posse destes bancos. Isso limpou o balancete dos bancos e fez com que a base monetária explodisse. No entanto, e felizmente, todo este aumento da base monetária não se converteu em expansão do crédito. Ou seja, os bancos não jogaram este dinheiro na economia. A quase totalidade do aumento da base monetária transformou-se em "reservas em excesso". "Reservas em excesso" são as reservas que os bancos mantêm voluntariamente depositadas junto ao Fed, além do volume determinado pelo compulsório”. Leandro Roque. INFLAÇÃO NÃO É PREÇO ALTO, MAS A SUA DERIVADA. O enorme ganho de produtividade produzido pelas novas tecnologias levou ao barateamento dos preços dos produtos nos setores que a utilizavam e encarecimento de outros bens. Isto foi o que realmente aconteceu com os preços do petróleo, ouro e outras comodities. É falsa a impressão causada pelo aumento de preços: houve aumento em alguns produtos primários e queda em outros dependentes de alta tecnologia, permanecendo constante a quantidade moeda em poder do público. Por sinal, foram os próprios bens tecnológicos – computadores, celulares e redes de telecomunicação – os primeiros (e únicos) a apresentar queda acentuada nos preços, dada a renovação constante por obsolescência precoce. O processo foi semelhante à inflação de demanda dos preços do tomate, causados por condições climáticas, só que no sentido contrário: sobra dinheiro para compra de outros produtos, cuja quantidade não pode ser suprida instantaneamente, por isso os seus preços aumentam. Isso, só foi possível graças à capacidade da China de exportar produtos de baixo preço. Coisa que não é possível ao trabalhador americano mais produtivo. O americano cria a tecnologia de alto valor (software), mas seria um desperdício produzir o bem tecnológico físico, que pode ser produzido a preço mais baixo por um trabalhador menos qualificado. Mas, foi a grande riqueza gerada pela cooperação com os países asiáticos o responsável pelo aumento de produtividade em todos os outros setores da economia global que produziu alta exagerada das ações das empresas multinacionais, especialmente as de internet no fim dos anos 90 e que levou os EUA a recessão, – devida a perda patrimonial dos prejudicados na bolsa – e que motivou o afrouxamento da política monetária. A operação teve sucesso, mas o excesso de liquidez fez outros ativos subirem exageradamente no mercado imobiliário. Quando a bolha estourou houve paralização dos mercados de crédito e investidores em geral. Aí, sim tivemos uma crise global. Este afrouxamento só foi possível devido aos elevados défits nas contas externas dos países importadores, financiados na maior parte pela poupança Chinesa e de outros países poupadores como os fundos soberanos dos países produtores de petróleo. Foi uma cooperação perfeita entre consumidores de países produtores de alta tecnologia e os poupadores dos países emergentes que financiavam com lucro a venda de produtos baratos. A alta exagerada das ações – principalmente de Internet – teve ganhadores, que foram as empresas multinacionais, mas os países asiáticos também foram beneficiados com a ocupação de mão de obra. Os perdedores foram aqueles que não conseguiram vencer a concorrência chinesa e se desindustrializaram. A política de afrouxamento ou “tsunami de dólares” foi o que permitiu ao FED adotar política de Juros baixos e incentivos ao consumo e ao crédito com baixa inflação. Onde foram parar os dólares resultantes do afrouxamento monetário? O principal beneficiário foi a China e, por consequência o Brasil com o “boom das comodities”.

REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA


EFEITOS COLATERAIS DA REVOLUÇÃO TECNOLÓGIA O efeito de um ganho global de produtividade é o inverso de uma inflação de demanda. Há uma sensação de riqueza ou de excesso de moeda que sobra para compra de outros produtos não atingidos pelas novas tecnologias, cujos preços aumentam, restabelecendo o equilíbrio. Caberia ao FED manter a quantidade de moeda e a inflação estaria contida. Entretanto, o FED fez justamente o contrário: “Passou a imprimir dinheiro e dar aos bancos em troca dos títulos hipotecários em posse destes bancos. Isso limpou o balancete dos bancos e fez com que a base monetária explodisse.”(Onde está a inflação..., Leandro Roque do Instituto Von Mises) Durante os governos democráticos de Carter, Clinton, – incluídos W. Bush – o FED foi leniente com a capacidade dos bancos de criar “moeda do nada” para tirar a economia da imobilidade, seguindo a surrada política Keynesiana. Mais que isso: as agências de risco foram instadas a serem tolerantes com tomadores duvidosos de crédito, em nome de uma política de inclusão social. – A despeito da elevada emissão, contudo, a moeda emitida não retornava ao mercado em forma de novos empréstimos e permanecia – confortavelmente – nos próprios bancos como reservas que os bancos mantêm voluntariamente depositadas junto ao Fed (um registro eletrônico na própria conta do FED sem receber juro) por falta novos tomadores. Simples assim. As sucessivas intervenções do FED só fizeram prolongar desnecessariamente o período de recessão.

A VOLTA DO FILHO PRÓDIGO


TSUNAMI II: O RETORNO DOS DÓLARES O “Tsunami I” – que tanto irritou a presidente – produziu a valorização do Real frente ao Dólar e levou ao consumo de bugigangas importadas. No passado recente o país temia o “tsunami de dólares” e reduziu taxa de juros (Selic). Agora teme a “fuga de dólares” aumentando IOF e volta a aumentar juros (Selic) para conter inflação com recurso das reservas. Sempre soube que mais dia menos dia os dólares acabariam por voltar ao seu local de origem e porto seguro. Só não sabia quando. Desta vez – não mais como consumo de mercadorias baratas – mas como investimento. A alta do dólar foi o primeiro resultado do anúncio cauteloso da retirada gradativa do estímulo (Tsunami de dólares) pelo do presidente do FED, agora quase completo (em outubro chega a zero). O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA combinado com a eliminação dos estímulos traz como consequência a valorização do dólar – como já está ocorrendo – e às dificuldades da Petrobras na importação de gasolina e etanol.

POLÍTICA DE ESTÍMULO AO CONSUMO


A INGENUIDADE DO ESTÍMULO AO CONSUMO O “Tsunami de dólares” – que tanto irritou a presidente – é o mesmo que chegou ao Brasil –através da China – com o boom das comodities. Ocorreu simultaneamente aos estímulos ao consumo no Brasil. Não constituiu surpresa alguma a valorização do Real frente ao Dólar que levou ao consumo de vasta gama de produtos importados. Apesar de esgotados, os estímulos persistem até hoje. Tal como nos EUA o governo brasileiro não precisaria tomar nenhuma providência porque os salários já estavam valorizados pela imensa oferta Chinesa de uma vasta gama de mercadorias baratas. Estimular o consumo de bens específicos serviu para reforçar ainda mais o poder de compra dos assalariados, à custa daqueles que ficaram de fora dos incentivos. O trabalhador se tornou mais caro para as outras atividades, perdendo competitividade e o país desindustrializou. O ex-presidente aproveitou uma janela dos enormes superávits produzidos pelo “boom das comodities” – minérios e agronegócio subsidiado – para constituir grande reserva e fazer a distribuição de renda com aumento dos salários acima da inflação. Poderia ter aproveitado para fazer investimentos em infraestrutura, mas não foi isso que aconteceu. Retirou IPI de alguns produtos e entupiu as cidades e estradas de automóveis e caminhões. Inclusive as pequenas cidades. Poderia ter aproveitado o momento para fazer investimento em infraestrutura. Não o fez. Aumento generalizado dos salários acima da inflação torna o trabalhador brasileiro caro e faz perder a concorrência para países mais pobres. Não há desindustrialização, mas mudança para o setor de serviços, uma característica precoce de país industrializado. Nossa industrialização se deu na década de 70 e de lá pra cá voltamos ao setor primário.

COMO FOI NA CRISE 29


“Não fosse essa política monetária frouxa adotada pelo Fed durante a década de 1920, os preços teriam caído durante aquela década, a qual vivenciou um robusto aumento de produtividade”. “O preço do ouro também aumenta durante os períodos de crescimento econômico artificial e cai durante as recessões. No entanto, desde que a última recessão americana terminou oficialmente em 2009 (como mensurado tecnicamente pela variação do PIB), o preço do ouro mais do que dobrou. A política de juros zero do Fed fez com que o custo de oportunidade de se investir em ouro se tornasse extraordinariamente baixo. As maciças injeções monetárias feitas pelo Fed criaram uma enorme pressão altista no preço do ouro”. Nenhuma surpresa. “Ouro, Petróleo e Comodities sobem durante os períodos de crescimento econômico artificial e cai durante as recessões”. Leandro Roque, Instituto Von Mises.