sábado, 13 de dezembro de 2014

NEM TUDO SÃO FLORES


Nem tudo são flores. Apesar da recuperação do prestígio – por conta das bondades – o governo colhe os piores reveses na balança comercial desde 98. Tudo em razão da conta petróleo que acumulou déficits de 22 bilhões na conta petróleo, anulando resultados positivos de outros setores. Fora as mágicas contábeis na exportação de plataformas que não saíram do lugar, manutenção de refinarias e gasto excessivo na refinaria Abreu & Lima cujo sócio não comparece com sua parte na sociedade – fora sucessivos calotes na dívida da Venezuela. Faz tempo que o governo vem sendo alertado pela presidente da Petrobras sobre a necessidade de equiparação de preços dos combustíveis, mas a excessiva esperança na exploração do pré-sal – depois da vitória forçada e desnecessária do consórcio único no leilão de Libra – o governo por fim se dá conta da necessidade de aumento no preço da gasolina e diesel distribuídos para fazer face às despesas programadas na exploração. A presidente rechaça o instrumento ambíguo do “gatilho”– um recurso de sindicalistas que traz de volta a indexação e aumento de salário acima da inflação. Está certo Ildo Sauer que seria melhor uma exploração gradual através de serviços prestados pela Petrobras em lugar do complicado sistema de partilha. Estão certos também as velhas raposas nacionalistas – mas não pelos mesmos motivos – que o adiamento do leilão daria um tempo precioso para a Petrobras se recompor de grandes perdas sofridas e esperar pelo resultado do excesso de alternativas do momento como “Shale gás” e pré-sal do golfo do México e costa da África. Acontece que os resultados demoram e enquanto dura o Brasil corre o risco – segundo Adriano Pires – de se tornar grande produtor e exportador de petróleo no futuro distante e incerto enquanto permanece dependente – por período prolongado – da importação onerosa de combustíveis.

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