segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

PRÉ-SAL: A GALINHA DOS OVOS DE OURO


OVOS DE OURO O Pré-sal continua a “galinha dos ovos de ouro” que nunca bota. Desde a descoberta em 2007 serviu apenas para fins eleitorais, com a alardeada mega capitalização que só trouxe prejuízos à Petrobras com o afastamento dos sócios minoritários. Desde então o valor das ações caiu à metade e a empresa tem sido usada como instrumento para cobrir superávit primário ou como instrumento de combate a inflação ao manter congelados os preços dos combustíveis, gasolina, diesel e – pasmem – etanol de milho importados a preços superiores ao distribuído – agora agravado com a alta persistente do dólar ao simples anúncio da retirada do estímulo americano do FED. Junte-se a isso o novo processo de partilha (substituindo o de concessão) e criação do “fundo social”, para o qual a empresa não está preparada para arcar com a responsabilidade de operadora única, que não vai atrair as grandes empresas no compartilhamento do risco exploratório. A antecipação do 1º leilão do Pré-sal depois de tanto tempo de discussão visa apenas o bônus de participação para acudir balanço de pagamento, enquanto os imaginários lucros do futuro distante permanece sob discussões intermináveis no congresso. A imensa base aliada cria dificuldades quanto à distribuição dos royalties aprovando a distribuição “agora” entre todos os estados e municípios, ou seja, querem “comer a galinha mesma” antes que os ovos de ouro sejam botados. Este é o quadro que se avizinha para o próximo ano de eleição. Os congressistas da imensa maioria do congresso não vão participar apenas como coadjuvantes, mas vão querer ver aprovadas as emendas distributivas de seus estados e municípios. Vai ser um “bis” daquilo que foi o “oba-oba” que elegeu a presidente. Juntando a todo esse quadro – com o fracasso das empresas “X” e queda de produção da bacia de Campos – qual empresa de porte vai se aventurar a fazer parte desse empreendimento conflituoso? A alta do dólar é resultado do anúncio – reiterado – da retirada gradativa do estímulo (“Tsunami de dólares”) pelo do presidente do FED, agora reforçado. O sucesso na exploração do gás de xisto nos EUA combinado com a eliminação dos estímulos traz como consequência a valorização do dólar – como já está ocorrendo – e às dificuldades da Petrobras na importação de combustíveis, com 22 bilhões de déficit acumulado no ano. – O anúncio de poços secos no Pré-sal que levou a queda nas ações das empresas “x”, gerou desconfiança e fuga de capitais de grandes empresas ao 1º leilão do pré-sal. Não constituiu surpresa alguma a valorização do Real frente ao Dólar que levou ao consumo de bugigangas importadas. Apesar de esgotados os estímulos permanecem. Agora ocorre a mesma coisa com sinal trocado: sabíamos que mais dia menos dia os dólares acabariam por voltar ao seu local de origem e porto seguro. Só não sabia quando. Desta vez – não mais como consumo de mercadorias baratas – mas como investimento. Viagens ao exterior se tornam mais caras, e brasileiros vão usar o dólar mais caro para comprar imóveis ou investir em empresas americanas. O congelamento de preço do combustível tem dois efeitos negativos: – Um na Petrobras, que importa gasolina e óleo diesel por um preço e vende mais barato. – Desestimula o investimento privado em refinarias. – Privilegia o transporte individual em detrimento do coletivo. Todo mês 300 mil brasileiros compram carros novos sabendo de antemão que estarão perdendo 20% do valor assim que saem das montadoras. Sem dúvida a cadeia ligada indústria automotiva se beneficia. Aqueles setores que ficam de fora pagam a conta ou tem mais desemprego. O congelamento de preço do combustível tem dois efeitos negativos: – Um na Petrobras, que importa gasolina e óleo diesel por um preço e vende mais barato. – Desestimula o investimento privado em refinarias. – Privilegia o transporte individual em detrimento do coletivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário