sábado, 26 de março de 2011

ACIDENTE NUCLEAR

A maneira irresponsável como vem sendo anunciada a construção de Angra III e mais 4 nucleares no norte e nordeste não condiz com a gravidade da situação que o mundo atravessa. Nem com a seriedade como o assunto é tratado pelo governo japonês ao pedir humildemente desculpa pelos danos causados.

São os mesmos que condenaram Angra I e II como ‘vaga-lume’ e o acordo nuclear celebrado com a Alemanha pelo governo autoritário da época (Pasquim).

Agora – depois de passados 30 anos do acidente em Tree Mils Islands e Tchernobil – os mesmos críticos do governo militar se enchem de orgulho nacionalista anunciando a construção de Angra III com o mesmo material estocado (encaixotado) e fora dos padrões de segurança atuais.

FATOS OMITIDOS DO GRANDE PÚBLICO
1. Não há projeto novo nos 20 anos passados desde o acidente (Professor Rogério C. Cerqueira Leite da Unicamp)
2. Em Tchernobil houve rompimento do vaso de água pressurizada que não foi relatado à população atingida da Ucrânia e do resto da Europa.
3. Mas foi percebido por funcionários de usina nuclear sueca através de previsão meteorológica de ventos.
4. Em Angra houve acidente que não chegou a comprometer Angra I e II, mas pode comprometer Angra III devido aos acidentes climáticos decorrentes da ocupação desordenada recente, tal como em Petrópolis.
5. Não há outra referência a termoelétricas a gás em cogeração conforme apregoadas pelo professor Goldemberg no seu trabalho premiado “Energia para o Desenvolvimento”, datado de 1980, em que ressalta o uso-final da energia e escolha dos ‘vetores energéticos’, especificamente o gás de petróleo e etanol em termoelétricas.
6. Convivemos habitualmente com radiação ultravioleta e cósmica maléficos, mas que podem se tornar benéficos em tratamento assistido ou mesmo em exames de raios X e Gama (professora Emico Okuno do instituto de física da USP).
7. Acidentes acontecem, alguns com freqüência maior que não necessariamente sejam decorrência de eventos notáveis como os de Fukushima. O gravíssimo acidente com Césio, por exemplo, que deixou vítimas fatais foi decorrência de um prosaico descuido.
8. Hidroelétricas também estão sujeitas a rachaduras ou sobrevertimento por vazões seculares históricas alem das previstas (Graminha, Limoeiro e Euclides da Cunha na década de 70).
9. Assim como não existe meio ambiente impoluto, não há também sistemas elétricos invulneráveis a acidentes naturais.
10. Nos países industrializados o consumo de energia é estacionário ou o crescimento da demanda per cápita é inferior ao PIB idem. Não é de admirar que se torne decrescente como decorrência do ingresso destes países na nova economia de serviços, da eletrônica e da informação: basta uma ligeira recessão ou mesmo um pouco de civilização.

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