quarta-feira, 13 de abril de 2011

GATO ESCALDADO

: TEM MEDO DE ÁGUA FRIA:
Não é a 1ª vez: compraram carro a álcool e ficaram na mão por falta de combustível. Não é a disponibilidade de terra o limitante do etanol, mas o custo: gasta mais petróleo que a produção de alimentos.
O álcool não é mais um substituto da gasolina do petróleo importado. Gasolina e gás é que são subprodutos da exploração de petróleo para suprir o agronegócio, mineração e o próprio álcool. O etanol é um produto de poder calorífico inferior que gasta mais petróleo na sua própria produção e transporte da cana do que soja, milho e minério.
Intimidar produtores de açúcar com restrição de crédito não é uma boa prática. Fica feio, mas a solução é importar álcool de milho -- custeado pelo contribuinte americano -- juntar mais água e misturá-lo aqui.
"Cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça".

ÁLCOOL: CACHAÇA DOS BRASILEIROS

Não constitui surpresa que o álcool venha a se tornar proporcionalmente mais caro do que a gasolina devido ao processo industrial onde o que mais importa é o elevado custo de capital da instalação, tanto para produzir “calor de processo” como eletricidade (caldeira a vapor).

Apesar de não ter não ter custos operacionais – uma vez que o insumo tem valor desprezível -- não há vantagem em queimar bagaço apenas porque é gratuito. Requer o manejo de quantidades imensas de bagaço seco de baixo poder calorífico que nem as olarias e cerâmicas utilizam, mesmo que cedido gratuitamente a título de limpeza.

A melhor aplicação para o bagaço é o retorno a terra na forma de composto orgânico combinado com o “vinhoto” altamente poluente.

Na região cafeeira do sul e cerrado mineiro a prática é comprar bagaço a preço de banana e fazer composto com resíduos de café despolpado, um produto altamente poluente.



NOVOS PROJETOS

Não basta ter melhor rendimento energético em termos entrada e saída de energia. É preciso que tenha custos compatíveis, sobretudo custos de capital e custo do transporte da cana em estado bruto.

Para tanto, os novos projetos devem contemplar maior número de mini-usinas para evitar maiores dispêndios com o transporte da cana por longa distância.
No componente agrícola consome diesel tanto na cultura como no transporte de cana em estado bruto, cuja proporção é de 7 toneladas de produto útil (álcool) para 70 toneladas de cana praticamente constituída de água e bagaço.

Utilizar termoelétricas a gás (ou álcool) na geração de eletricidade e utilizar os gases de escape na produção de “calor de processo” de usinas novas. Ou associar – na forma de usinas combinadas -- para melhorar o desempenho das antigas e economizar bagaço para outros fins como a produção de álcool celulósico. Ou ainda, utilizar o próprio gás diretamente na produção de “calor de processo”.


OS NOVOS IMPERIALISTAS

Nos países industrializados o consumo de energia é estacionário ou o crescimento da demanda per capita é inferior ao PIB idem. Não é de admirar que se torne decrescente como decorrência do ingresso destes países na nova economia de serviços, da eletrônica e da informação: basta uma ligeira recessão ou mesmo um pouco de civilização.
Hoje, os responsáveis pelo aumento da demanda de petróleo e grandes consumidores de produtos que gastam petróleo são os países emergentes. Principalmente o Brasil que tem sua economia exportadora baseada no agronegócio e mineração, que são intensivos em capital e fortemente dependente dos subsídios ao diesel. Enquanto que o setor industrial que mais emprega é severamente castigado por tarifas escorchantes. É o único país que cobra IPI.
Na minha cidade cada rua tem uma tarifa diferente. Igualzinho o imposto de renda: quem mais produz mais paga. Na periferia é a mais baixa: proliferam os gatos e as isenções: é onde dormem com luz acesa e demoram mais nos banhos. Os tontos da avenida principal é que se preocupam em utilizar aparelhos mais econômicos no uso-final

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