sexta-feira, 13 de novembro de 2015

SISTEMAS IMPOLUTOS OU ISENTO DE RISCOS


O alagamento produzido por reservatórios tem um efeito semelhante, em princípio, ao da poluição ambiental. “Com freqüência, a discussão pública do problema ambiental caracteriza-se mais pela emoção do que pela razão. Grande parte dela se desenvolve como se o ponto crucial fosse poluição e não poluição, como se fosse desejável e possível ter um mundo impoluto. Evidentemente isto é um absurdo. Ninguem que pense seriamente sobre o assunto considera a poluição zero como estado de coisas desejável e possível” (Milton Friedman). Assim tambem não é desejável e possível um ambiente intocável. Qualquer reservatório — por diminuto que seja — produz prejuízo ambiental por alagamento. O Brasil pode ter tido a sorte de encontrar condições de relevo que permitiram a construção de reservatório do porte de Furnas, Itumbiara e Serra da Mesa na cabeceira dos rios Grande, Paranaíba e Tocantins, capazes de regularizar a vazão desses rios e garantir suprimento tranqüilo por cerca de 40 anos, o que é uma proeza. Mas essa foi uma estratégia plausível no século passado, quando condições sócio-ambientais nem eram levadas em conta e que só se tornaram possíveis graças a governos autoritários ou nacionalistas.

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